Contestação social e ressentimento de classe no Brasil: uma análise sociológica do bolsonarismo e da mobilização do protesto conservador em uma rede social digital (2016-2019)
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Date
2022-09-29Author
Agnoletto, Bharbara Alves 
Primeiro orientador
Mayer, Ricardo
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Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise sociológica sobre a contestação
social e o ressentimento de classe presente nas mobilizações e protestos de
conservadores e bolsonaristas na rede social Twitter, entre os anos 2016 e 2019. Para
isso foram realizadas buscas nesta rede social através de sua ferramenta de buscas
avançada, a partir de categorias pré-definidas. Foram selecionadas 1615 publicações,
que foram armazenadas e classificadas mediante a utilização do pacote para análise
de dados qualitativos RQDA da linguagem de programação R e do software RStudio.
Foi percebida a reprodução de um certo habitus de classe que perpetua formas de
aporofobia na sociedade brasileira, acirrando um conflito de classes catalisado pela
pequena mobilidade social ascendente nos governos petistas e resultando em
diferentes tipos de mobilizações das camadas médias. Além disso, as postagens na
rede social revelam uma visão de mundo nitidamente conservadora e suscetível à
manipulação e polarização político-ideológica através de conteúdos com forte apelo
emocional. Da mesma forma, o Presidente Jair Bolsonaro é tratado nas postagens
analisadas como um líder carismático que mobiliza através da rede social em questão,
um determinado conjunto de sentimentos morais, dos quais se notabiliza o
ressentimento, mediante uma estratégia de propaganda e agitação política de caráter
“neofascista”, o que representa, na atualidade do conflito sociopolítico do país, a
emergência de um posicionamento político situado na extrema-direita do espectro
político-ideológico. Por fim, foi percebido no material analisado uma forma de
justificação da desigualdade capaz de se configurar em uma sociodicéia conservadora
que fornece a métrica dos valores para as comparações que ensejam o receio da
privação relativa de privilégios de classe.
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