Avaliação neurocomportamental, mitocondrial e do envelhecimento após exposição a compostos orgânicos voláteis (COVs) em Caenorhabditis elegans
Fecha
2023-10-30Primeiro coorientador
Soares, Félix Alexandre Antunes
Primeiro membro da banca
Farina, Marcelo
Segundo membro da banca
Brucker, Natália
Terceiro membro da banca
Silva Júnior, Flavio Manoel Rodrigues da
Quarto membro da banca
Moro, Vania Lucia
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Os solventes orgânicos são muito utilizados em processos industriais. Dentre estes solventes destacamos o
grupo benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX), que são principalmente emitidos via processos
industriais, mas também via queima de combustíveis fósseis. As exposições a estes solventes podem ocorrer
principalmente de duas formas: intencional (droga de abuso) ou não intencional (ambiental ou ocupacional).
Em um contexto de abuso, destaca-se a inalação do tolueno, utilizado na cola de sapato; já em exposições
não intencionais, o contato ocorre via mistura BTEX pelo ambiente. Ambas as exposições acarretam efeitos
tóxicos ao organismo, entretanto, a especificidade dos mecanismos envolvidos é pouco explorada. Baseado
nisso, nosso estudo buscou mimetizar dois cenários de exposição: utilizando o tolueno isolado, simulando
níveis próximos do uso intencional, e a mistura BTEX, simulando níveis menores dos permissivos no ar
ocupacional, a fim de investigar os efeitos a longo prazo da mistura utilizando o modelo Caenorhabditis
elegans. As exposições foram realizadas pelo ar em um sistema desenvolvido para exposição a compostos
voláteis, e no primeiro cenário (intencional), observamos que a exposição ao tolueno resultou em dano aos
neurônios dopaminérgicos, o que acarretou déficits locomotores e de comportamentos associados à sua
sinalização. Além disso, utilizando metodologias ex vivo/in vitro/in silico, foi observado que o tolueno atua
possivelmente via inibição do complexo I mitocondrial, o que gera uma disfunção mitocondrial ocasionando
no desfecho de morte neuronal. Em relação ao cenário de exposição ao BTEX, foi possível observar que as
exposições à mistura por 7 dias, mesmo que em níveis regulatórios permissivos, geram extenso déficit na
mobilidade dos vermes, disfunção mitocondrial, acúmulo de pigmentos e danos neuronais, que em conjunto,
via padronização de um índice único, se correlacionam com perda da qualidade de vida, caracterizando no
envelhecimento precoce do organismo como um todo. Tais danos permaneceram 3 dias após a retirada da
exposição. Diante de tais achados, podemos estabelecer um possível mecanismo de neurotoxicidade do
tolueno, via disfunção mitocondrial. Além disso, reforçamos a importância da investigação do papel das
misturas, uma vez que os níveis regulatórios estão estabelecidos apenas para o agente isolado, entretanto,
foi observado que em níveis permissivos, a mistura BTEX gerou efeitos em longo prazo e de maneira
irreversível em C. elegans.
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