Plantas de cobertura no vazio outonal e sua influência na produtividade da cultura do trigo
Visualizar/ Abrir
Data
2023-09-29Primeiro coorientador
Cherubin, Maurício Roberto
Primeiro membro da banca
Basso, Claudir José
Segundo membro da banca
Alves, Lucas de Aquino
Metadata
Mostrar registro completoResumo
No estado do Rio Grande do Sul (RS), a agricultura é baseada principalmente em soja ou milho no verão, e com o trigo no inverno. Entre a colheita da cultura de verão e a semeadura do cultivo do inverno, existe uma janela de 70 a 120 dias, em que o solo fica desprotegido. Portanto as plantas de cobertura surgem como opção para minimizar os danos do pousio outonal. Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de plantas de cobertura na produtividade da cultura do trigo, bem como a capacidade de produção de biomassa e a ciclagem de nutrientes no vazio outonal do RS. O trabalho foi desenvolvido no município de Cruz Alta-RS, numa área comercial, com solo classificado como Latossolo Vermelho Distrófico típico. A área experimental possuía 13,2 hectares, onde foram cultivados 33 sistemas de plantas de cobertura após a cultura do milho, que antecederam a cultura do trigo. Cerca de 90 dias após a semeadura, realizou-se a amostragem dessas plantas de cobertura para determinação do potencial de produção de biomassa fresca e seca, teor e acúmulo de nutrientes (N; P; K; Ca; Mg; S, e C) e relações C/N, C/P e C/S. Após foi semeado o trigo com a cultivar TBIO Audaz. A colheita foi realizada de forma mecanizada, sendo gerados dados espacializados de rendimentos de trigo individualizados para cada sistema de plantas de cobertura. Finalizada a coleta de dados os mesmos foram agrupados em quatro grupos, (leguminosas, gramíneas, outras espécies e sistemas em consorcio). Para cada grupo foi realizada à análise estatística pelo teste t de Student para amostras independentes com 5% de probabilidade de erro, afim de discriminar os melhores tratamentos dentro de cada grupo. As plantas de cobertura apresentaram grande variabilidade na produção de biomassa e composição nutricional, até mesmo em espécies de mesma família. A relação C/N variou de 10 até 31 para o cultivo solteiro de ervilhaca comum e o consórcio de trigo mourisco e milheto respectivamente. A maioria das plantas de cobertura possuem uma relação C/P que proporciona a mineralização de P, com valores inferiores a 200. Por outro lado, a relação C/S a maioria dos resíduos vegetais estão acima de 200, diminuindo a velocidade de mineralização de enxofre. Dentre as leguminosas a crotalaria juncea apresentou a maior produtividade de biomassa seca com 9.317 kg ha-1. Na produtividade de biomassa seca das gramíneas, verifica-se o predomínio das espécies de clima tropical em relação às de clima temperado. No acúmulo de nutrientes destacam-se a crotalaria juncea com ciclagem de 219 e 156 kg ha-1 de N e K, respectivamente e o capim-pé-de-galinha-gigante com acúmulos de 139 e 235 kg ha-1 de N e K, respectivamente. A menor a produtividade de trigo foi verificada sob resíduos de milheto com 3178 kg ha-1, sendo as maiores produtividades encontradas sob resíduos de cultivo de feijão de porco e mucuna cinza com 4949 e 4394 kg ha-1, respectivamente.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: