Marcação a mercado de títulos públicos sob a ótica das finanças comportamentais
Resumen
Este estudo teve como propósito investigar o impacto da presença ou ausência da marcação a
mercado em títulos públicos no contexto da tomada de decisões dos investidores. O foco recaiu
na implementação realizada pela ANBIMA em 2022, que alterou a forma de visualização da
rentabilidade dos títulos públicos federais custodiados por instituições financeiras brasileiras.
A pesquisa adotou uma abordagem descritiva em formato de quase-experimento, utilizando
dois cenários distintos. A coleta de respostas foi efetuada por e-mail, contando com a
participação de 43 respondentes, sendo 21 no cenário 1 e 22 no cenário 2. O primeiro cenário
apresentou marcação a mercado na visualização da rentabilidade dos ativos, enquanto o
segundo adotou a marcação na curva desses mesmos ativos, utilizando a NTN-B do Tesouro
Nacional como exemplo. A decisão de manter um investimento foi explorada considerando o
reconhecimento de não linearidades. Investidores capazes de compreender as complexidades
dos mercados financeiros são mais aptos a avaliar com precisão o verdadeiro valor de seus
ativos, permitindo decisões embasadas e uma ponderação mais abrangente dos riscos e retornos
esperados. Assim, foi formulada a hipótese H1: A marcação a mercado reduz a intenção de
investimento em comparação com a marcação na curva. Além disso, quatro vieses cognitivos
(disponibilidade, aversão ao arrependimento, excesso de confiança e aversão à perda) e a
autopercepção dos respondentes em relação à tomada de decisão consciente foram mensurados.
A coleta de dados foi realizada por meio de questionários digitais, tabulados e analisados
utilizando softwares como Microsoft Excel e Eviews 10. Os resultados indicaram que, de
maneira geral, os respondentes mantiveram uma opinião geral pouco influenciada com relação
aos vieses, com destaque para a decisão consciente. Na análise da percepção sobre a decisão
consciente, os participantes mostraram-se propensos a considerar vários aspectos antes de
tomar decisões, dessa forma, mantendo-se concordantes com as afirmações apresentadas. A
conclusão do estudo revelou que, mesmo diante de cenários distintos e vieses comportamentais,
os investidores demonstraram uma opinião pouco influenciada pelos vieses, apesar de
apresentarem variações em alguns aspectos. Destacou-se a percepção de risco como uma área
de atenção para pesquisas futuras, considerando a tendência à subestimação. Ao revisar os
resultados, observou-se que não havia uma diferença significativa entre os dois grupos
analisados. O primeiro grupo, exposto ao gráfico do título com marcação a mercado, obteve
resultados semelhantes ao segundo grupo, onde apenas a marcação na curva foi apresentada,
para decisão de investimento, montante investido, percepção de risco e decisão de manutenção
do investimento. Isso contraria a hipótese proposta (H1). A pesquisa aborda possíveis
diferenças entre marcação a mercado e marcação na curva, concluindo que esses fatores não
são determinantes nas decisões de investimento. Ela destaca que tais diferenças não influenciam
a escolha de investir, o valor investido, a percepção de risco ou a decisão de manter o título até
o vencimento. Também traz resultados a serem considerados pelos profissionais do mercado
financeiro e investidores, ligados à presença de vieses no comportamento das pessoas.
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- TCC Ciências Contábeis [645]
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