Vulnerabilidade e autonomia de adolescentes e jovens do contexto rural em tratamento oncológico
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Data
2023-09-25Primeiro coorientador
Sehnem, Graciela Dutra
Primeiro membro da banca
Ribeiro, Aline Cammarano
Segundo membro da banca
Perlini, Nara Marilene Oliveira Girardon
Terceiro membro da banca
Motta, Maria da Graça Corso da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este estudo objetivou compreender a vulnerabilidade de adolescentes e jovens do contexto rural em
tratamento oncológico, conhecer o processo de autonomia de adolescentes e jovens do contexto rural
em tratamento oncológico e descrever a rede de suporte social de adolescentes e jovens do contexto
rural em tratamento oncológico. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória pautada
no referencial da vulnerabilidade em saúde de José Ricardo Ayres e na autonomia de Paulo Freire. O
cenário do estudo foi um serviço de oncologia, de um hospital universitário na região Sul do Brasil.
Foram incluídos adolescentes de 10 a 19 anos e jovens com idade até 24 anos, que vivenciaram o
adoecimento por câncer, oriundos da zona rural, em tratamento oncológico até no máximo cinco anos
antes do início da coleta de dados. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas,
individual e presencial e construção do genograma e ecomapa com 15 adolescentes e jovens durante o
período de abril de 2021 a setembro de 2022. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética sob
parecer: 4.594.079. Os dados foram submetidos à análise temática indutiva. Os resultados apontaram
três categorias temáticas. Desafios do tratamento oncológico para o adolescente e jovem do contexto
rural; Ressignificando a experiência: ―eu tenho o câncer, mas o câncer não me tem‖ e (Re) construindo
redes: família, amigos, viver o mesmo processo e ser cuidado. Estas conduziram a formulação da tese:
os adolescentes e jovens em contextos rurais enfrentam desafios únicos devido a uma combinação de
fatores relacionados com a vulnerabilidade individual, o acesso limitado à informação sobre sua saúde,
diagnóstico e tratamento do câncer, resultando numa menor consciência da sua doença que,
influenciada pelo estigma e pela cultura da sua comunidade rural, dificulta o compartilhamento de
informações sobre o câncer o que repercute na sua autonomia. A vulnerabilidade, social e
programática influenciadas, em grande parte, pelo isolamento geográfico. Os adolescentes e jovens do
meio rural tem sua autonomia e assumem um papel ativo no seu próprio cuidado e na tomada de
decisões durante o tratamento oncológico. Eles tornam-se conscientes de sua própria realidade e
(re)constroem a rede de suporte social e agentes de transformação de sua própria vida. Ocorre uma
interconexão entre a vulnerabilidade e a autonomia, pois a superação da vulnerabilidade depende, em
grande parte, do exercício da autonomia. Contudo, a compreensão da vulnerabilidade individual,
social e programática permite promover o empoderamento de adolescentes e jovens do contexto rural
para enfrentar os desafios do tratamento oncológico. Conclui-se que, apesar dos desafios do
tratamento oncológico, não apenas relacionados à doença em si, mas também a exclusão social,
contexto em que vivem, estigma social, persiste o desejo de superação e a vontade de viver em busca
de autonomia. As implicações para a prática de Enfermagem perpassam pela compreensão da
experiência de adolescentes e jovens do contexto rural em tratamento oncológico, levando em conta a
singularidade desses indivíduos considerando-os em sua integralidade, as dimensões ao contexto
sociocultural e ao espaço geográfico em que vivem.
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