Concepções sobre ser menino e ser menina de uma turma de crianças de multi-idade na educação infantil
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Data
2023-08-16Primeiro membro da banca
Mello, Débora Teixeira de
Segundo membro da banca
Beltrame, Lisaura Maria
Metadata
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Esta pesquisa insere-se na Linha de Pesquisa LP2 - Políticas Públicas
Educacionais, Práticas Educativas e suas Interfaces, do Programa de
Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria. O problema
de pesquisa foi: como problematizar com as crianças as concepções sobre ser
menino e ser menina na sociedade através da literatura infantil? Como objetivo
geral, pretendia-se: compreender as significações construídas pelas crianças acerca
dos modos de ser menino e ser menina, existentes entre personagens em algumas
histórias de literatura infantil. E como objetivos específicos: a) analisar as
concepções sobre ser menino e ser menina, construídas e expressas pelas crianças
de uma turma de multi-idade de educação infantil, considerando os estudos de
gênero e infância; b) compreender o papel da Literatura Infantil como artefato
cultural que possibilita a construção de sentidos sobre o mundo; c) analisar como a
Literatura Infantil interfere na construção de concepções de gênero, mais
especificamente, relacionada aos modos de ser menino e ser menina. A metodologia
utilizou abordagem qualitativa, etnográfica, construcionista social e pesquisa com
crianças, uma vez que, além da observação e do registro, realizaram-se
intervenções com as crianças com idades entre 3 e 5 anos e 11 meses através de
livros de literatura infantil. O contexto da pesquisa foi uma Escola Pública Federal de
Santa Maria. Para a fundamentação teórica, foram utilizados autores como Vianna;
Finco (2009); Salva e Vinholes (2014); Moysés Kuhlmann Júnior (2000); Bujes
(2001); Faria e Salles (2007); Corsaro (2009); Lajolo (2010); Sarmento (2007); Louro
(2019). O conceito de gênero, nesta pesquisa, é compreendido como uma
construção social na qual se direciona a comportamentos e atitudes esperadas por
meninos e meninas. O estudo mostrou a complexidade de trabalhar com crianças
de idades diferentes tendo como artefato a literatura infantil. Algumas crianças
maiores manifestaram aspectos relativos a gênero já naturalizados pela sociedade,
porém não sem questionamentos por parte de outras crianças. Por meio do
desenho, não foi possível perceber marcas das significações das crianças, talvez
porque a escola não tem como prática a utilização do desenho atrelada à contação
de histórias. E ainda que a literatura infantil contra-hegemônica tenha sido lida e
discutida, explicitamente, neste momento, as significações parecem corresponder às
marcas deixadas historicamente na nossa sociedade. Percebe-se também o quanto
há necessidade de formação continuada para os professores sobre a Literatura
Infantil como artefato cultural e o quanto programas governamentais de distribuição
de livros estão fazendo falta nas escolas.
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