Autonomia profissional de trabalhadores de saúde mental em centros de atenção psicossocial: sonhos, utopias e esperanças
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Fecha
2023-09-22Primeiro membro da banca
Guazina, Felix Miguel Nascimento
Segundo membro da banca
Barcellos, Rita de Cássia de Oliveira
Terceiro membro da banca
Backes, Vânia Marli Schubert
Quarto membro da banca
Dassoler, Volnei Antônio
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) são os principais dispositivos territoriais em resposta às práticas desumanizantes dispensadas às pessoas em sofrimento psíquico. Foram instituídos a partir da Portaria GM/MS n.336/2002 e hoje fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial como dispositivos centrais no cuidado em saúde mental. O trabalhador de saúde mental dos CAPs ao mesmo tempo em que tem entre as suas atribuições, a promoção da autonomia do usuário, está sujeito como servidor público, às regulações do Estado. Diante deste contexto, tem-se como objetivo geral desta tese, compreender como os trabalhadores saúde mental de CAPs produzem sua autonomia profissional. Trata-se de uma pesquisa participante, exploratória, de abordagem qualitativa, que foi realizada com uma equipe de nove trabalhadores de saúde mental de um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas, em um município do interior do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O referencial teórico deste estudo foi o pensamento de Paulo Freire. A produção de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas e dos Círculos de Cultura. Foram realizadas nove entrevistas e sete Círculos de Cultura no período compreendido entre setembro de 2021 e julho de 2022. Os dados foram analisados pelo próprio método do Círculo de Cultura. A pesquisa seguiu as recomendações éticas da Resoluções Nº 466/2012 e Nº 580/2018 e foi submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Foi possível identificar cinco grandes temas geradores: Serviço público e suas interfaces com a burocracia, a hierarquia e a gestão; Trabalho em equipe: características da equipe, reuniões de equipe, comunicação/ diálogo e resistência a mudanças; Rede de atenção psicossocial e Política pública em saúde mental; Encontros potencialmente promotores de autonomia e Liberdade, conhecimento e educação permanente. Os resultados mostraram que apesar das normas e leis presentes no serviço público, a estabilidade e as regulações deste ente são importantes para sustentar decisões e posicionamentos. O trabalho em equipe mostrou-se fundamental para o manejo das distintas situações e dos desafios que se apresentam na rotina nos serviços. Há muitas dificuldades na implementação da política pública de saúde mental, entretanto, existe uma disposição dos trabalhadores para o enfrentamento das mesmas quando há afinidade com a área. O conhecimento foi apontado como fundamental para o desenvolvimento da autonomia e a educação permanente como uma estratégia valiosa para a superação dos desafios que se apresentam. Espera-se que este estudo possa contribuir para o fortalecimento da autonomia profissional dos trabalhadores dos CAPs, aprimorando suas práticas na labuta cotidiana, bem como despertar inquietações/interrogações nos próprios trabalhadores no que concerne ao tema abordado.
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