Conhecimento e percepção dos endodontistas sobre tomografia computadorizada de feixe cônico e impacto do exame em casos endodônticos
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Data
2023-12-01Primeiro coorientador
Liedke, Gabriela Salatino
Primeiro membro da banca
Wolle, Carlos Frederico Brilhante
Segundo membro da banca
Machado, Camilla dos Santos Tibúrcio
Terceiro membro da banca
Martelo, Roberta Bosso
Quarto membro da banca
Vizzotto, Mariana Boessio
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O objetivo desse trabalho foi avaliar o conhecimento dos endodontistas brasileiros sobre
tomografia computadorizada de feixe cônico ou cone beam (TCFC ou TCCB), bem como sua
utilização clínica. Além disso, foi realizada uma análise sobre o impacto do exame no
diagnóstico, tomada de decisão clínica e nível de confiança em casos clínicos endodônticos.
Este estudo foi desenvolvido em duas partes: I, um estudo observacional transversal e II, uma
revisão sistemática de literatura. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário
eletrônico de 24 perguntas, abrangendo informações demográficas, aprendizado da TCFC,
utilização clínica da TCFC e o impacto percebido da TCFC. A análise dos dados foi realizada
por meio de estatística descritiva e regressão logística; os resultados foram apresentados como
Odds Ratios (OR) com intervalos de confiança (IC) de 95% e valores de p. Resultados: A
amostra foi composta por 300 endodontistas, dos quais 79,3% relataram ter recebido algum tipo
de educação em TCFC. Houve associação significativa entre a utilização do exame de TCFC e
o aprendizado (p<0,001). A análise de regressão logística revelou que os endodontistas que
relataram confiar apenas no laudo do radiologista do exame de TCFC tiveram menores chances
de perceber o impacto do exame no diagnóstico (OR 0,17; IC 0,44-0,73) e no nível de confiança
(OR 0,18; IC 0,04). -0,84). Endodontistas com menor tempo de pós-graduação também tiveram
menor chance de percepção do impacto do exame no nível de confiança (OR 0,18; IC 0,03-
0,95). Endodontistas brasileiros que relataram mais conhecimento sobre TCFC têm maior
probabilidade de utilizar o exame. No estudo II, foi realizada uma busca sistemática nas bases
de dados PubMed/MEDLINE, Cochrane-CENTRAL, EMBASE, Scopus, LILACS e Web of
Science, bem como na literatura cinzenta (PROSPERO, Google Scholar e DANS EASY
Archive). Foram lidas na íntegra 30 publicações e 24 preencheram os critérios de inclusão.
Foram avaliadas informações sobre mudanças no diagnóstico, planejamento de tratamento e
nível de confiança após TCFC. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada
pelo QUADAS-2. Foram incluídos 24 estudos, com um total de 1.144 dentes avaliados. Nove
estudos foram classificados como de baixo risco de viés. A maioria dos estudos focou em
mudanças no planejamento do tratamento (n=10) ou no diagnóstico (n=5). A TCFC levou a
alterações diagnósticas na maioria dos casos de tratamento endodôntico primário (n=6); estudos
que avaliaram trauma dentário mostraram a melhora mais significativa. A TCFC impacta o
diagnóstico, o planejamento do tratamento e a confiança profissional em casos de tratamentos
endodônticos complexos, muitas vezes levando a tratamentos mais invasivos.
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