Crescimento de calêndula e produção de flavonóides em diferentes épocas de semeadura e suprimento hídrico
Abstract
O cultivo de plantas medicinais, como a calêndula, é crescente no Brasil e uma alternativa para produção em pequenas áreas. Para isso é importante conhecer suas exigências bioclimáticas e suas características fenométricas para se obter o máximo de rendimento e com qualidade. Assim, os objetivos, neste trabalho, foram: avaliar o efeito da temperatura na germinação das sementes de Calendula officinalis L., testando 15°C; 20°C; 25°C; 30°C e 35°C, na presença e na ausência de luz; determinar o filocrono em três épocas de semeadura (06/04/2005; 23/06/2005 e 03/10/2005); avaliar o efeito das diferentes épocas de semeadura e de suprimento hídrico (100%, 85%, 70% e 55% da capacidade de campo) nos flavonóides das flores e; determinar a produção de massa seca e fresca dos diferentes órgãos em diferentes épocas de semeadura e quando submetida a um período de 21 dias de deficiência hídrica a partir do florescimento. Foi constatado que a maior percentagem de germinação das sementes ocorre à temperatura de 20°C, e temperaturas superiores a 30°C são prejudiciais às plântulas; as épocas de semeadura interferem no filocrono e no número de folhas da haste principal e da primeira haste lateral; a relação entre a soma térmica e a produção de biomassa de plantas é altamente significativa, sendo o crescimento das plantas maior nas épocas de abril e junho do que naquelas da época de outubro; o suprimento de água no substrato e a soma térmica acumulada interferem nos parâmetros de crescimento, sendo que as menores disponibilidades de água no substrato, de 55% e 70%, mesmo após a reidratação não recuperam a produção de massa fresca e seca ao longo do ciclo; as melhores épocas de semeadura para a produção de sementes são as dos meses de abril e junho e para a produção de massa fresca e seca de flores, a do mês de abril; não ocorre efeito significativo da deficiência hídrica nos parâmetros de produção de flores e de sementes; temperaturas elevadas causam um efeito deletério no crescimento das plantas; os teores de Quercetina e Rutina nas flores variam ao longo do desenvolvimento das plantas e nas épocas de cultivo, sendo mais elevados nas épocas mais quentes; há efeito da deficiência hídrica na planta e; as plantas submetidas a um suprimento hídrico no substrato, de 55% e 70% da capacidade de campo, no início do florescimento e por um período de três semanas, foram favorecidas na produção de concentração de Rutina e de Quercetina nas flores.