Evasão escolar na comunidade remanescente de Quilombo de Rincão dos Caixões (Jacuizinho – RS): uma análise interseccional dos fatores causais e possíveis estratégias de enfrentamento
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Data
2023-10-18Primeiro membro da banca
Alves, Carla Rosane da Silva Tavares
Segundo membro da banca
Sangoi, Helenise Antunes
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Por que a maioria dos estudantes oriundos da Comunidade Remanescente de Quilombo de Rincão dos Caixões (Jacuizinho – RS) não conclui a Educação Básica? Visando ao estudo desta problemática bem como ao apontamento de possíveis ações de enfrentamento, desenvolve-se esta pesquisa. A metodologia de investigação inicialmente é quantitativa, com o Estado da Arte (BARROS, 2011), seguida pela abordagem qualitativa (ANDRÉ e GATTI, 2013), com produção de dados por meio de pesquisa bibliográfica (GIL, 2002) e pesquisa de campo (MARKONI e LAKATOS (1996) instrumentalizada por questionários (GIL, 1999), narrativas (auto)biográficas (ABRAHÃO, 2003) e pesquisa-ação (DIONNE, 2007), com uma análise interseccional dos dados (FELTRIN et al, 2021). Revisita-se o histórico negro no que tange à luta pelo direito à educação (FONSECA, 2001; DOMINGUES, 2007), seção complementada pelo breve estudo acerca da relevância da educação para as relações étnico-raciais (GOMES, 2001), a partir do pressuposto de que a construção identitária do aluno está vinculada ao respeito e valorização de suas particularidades, entre elas a etnia/raça. A aprendizagem, por sua vez, está vinculada à construção da identidade (MUNANGA, 1999; SILVA, 2018). Nesse sentido, discute-se alguns aspectos da realidade local (NOGUEIRA, 2005), das práticas educativas relacionadas aos estudantes quilombolas e ações desenvolvidas pelo poder público - políticas públicas- diante do contexto de evasão, incluindo a formação docente (PINTO, 2018), culminando com uma ação com vistas à re-elaboração do Projeto Político-pedagógico de cada escola da rede municipal. O estudo da comunidade quilombola, por sua vez, evidencia que o incentivo à escolarização esteve presente desde a chegada da matriarca ao município (ANJOS, 2009), o que é corroborado pelas narrativas de alunos, ex-alunos e seus familiares registradas durante visitações à comunidade e também durante a última etapa deste estudo: uma roda de conversa com todos os estudantes quilombolas entre o 5° ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio (RIBEIRO, 2019). Todos os dados produzidos, submetidos a uma análise interseccional, resultam em apontamentos acerca da urgência de ações voltadas à mitigar a evasão motivada, sobretudo, no caso feminino, pela gravidez e casamento precoce, e, no caso masculino, pelo ingresso no mundo do trabalho e desmotivação com os estudos. A visibilidade deste importante debate, cuja produção acadêmica é bastante restrita, e o somatório de agentes comprometidos com uma reconfiguração social (FREIRE, 1982) é parte fundamental no processo de fomento à reflexão acerca da evasão escolar, ainda na Educação Básica, dos estudantes quilombolas.
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