Avaliação da formação de biofilmes por fungos filamentosos relevantes em produtos cárneos
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Data
2024-02-29Primeiro membro da banca
Siqueira, Fallon dos Santos
Segundo membro da banca
Fernandes, Meg da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A capacidade formativa de biofilme é considerada uma característica evolutiva de sobrevivência microbiana. Fungos filamentosos com esta capacidade poderiam se instalar nos ambientes de processamento e maturação de alimentos, atuando como fonte de contaminação e tornando a eficácia do processo de higienização dependente da sensibilidade fúngica nessa condição. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de formação de biofilme por fungos filamentosos isolados de produtos cárneos, testando diferentes cepas deteriorantes (Aspergillus westerdijkiae, Aspergillus ochraceus, Penicillium polonicum, Penicillium nordicum e Penicillium verrucosum), e cepas iniciadoras (Penicillium nalgiovense). As cepas foram avaliadas qualitativa e quantitativamente quanto à produção de biofilme em microplacas de titulação contendo os meios: caldo Czapeck Extrato de Levedura, Caldo Extrato de Malte e Caldo Sabouraud, com uma concentração de 1x107 esporos/mL de cada cepa, nas temperaturas de 25 oC, 20 oC e 10oC, em triplicata, com leitura de resultados em 24, 48 e 72h. Para a avaliação qualitativa, as estruturas de biofilme foram coradas com uma solução safranina à 0,5%. A análise quantitativa foi realizada a partir da biomassa do biofilme produzida no melhor tempo de incubação através da extração do corante com etanol 95% durante 1 min e posterior detecção da absorbância através de leitor de microplacas no comprimento de onda de 530nm. Os resultados da análise qualitativa mostraram que todas as cepas de A. westerdijkiae e A. ochraceus avaliadas formaram biofilme, enquanto a maioria das cepas de Penicillium não demostraram a mesma capacidade nas condições avaliadas neste estudo. Os três meios testados se mostraram adequados, apesar de terem sido evidenciada diferenças de intensidade em algumas situações. Na avaliação quantitativa, a análise da absorbância revelou positiva a capacidade de formação de biomassa de biofilme por todas as cepas de Aspergillus analisadas em 25 oC e 20 oC, enquanto essa capacidade ficou reduzida na temperatura de 10oC. Nas espécies de Penicillium, de forma geral, a capacidade foi bastante inferior, sendo que as cepas de P. polonicum tiveram uma discreta formação em algumas condições, enquanto as demais espécies não evidenciaram esta capacidade. Conclui-se que cepas de A. westerdijkiae e A. ochraceus isoladas de produtos cárneos deteriorados são intensas formadoras de biofilmes, diferentemente dos deteriorantes P. nordicum, P. verrucosum e do biotecnológico P. nalgiovense. Mais estudos são necessários para elucidar o impacto dos biofilmes na tolerância fúngica à conservantes e desinfetantes.
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