Representações sociais de cuidado em saúde para profissionais que atuam na terra indígena do guarita: pespectiva intercultural e da integralidade
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Date
2024-03-25Primeiro coorientador
Jahn, Alice do Carmo
Primeiro membro da banca
Arboit, Jaqueline
Segundo membro da banca
Girardi, Francielli
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A população indígena no Brasil perpassou e perpassa por muitas situações que refletiram na diminuição da população, com eventos externos e adoecimentos. Os cuidados em saúde à população indígena modificaram-se ao longo dos anos, com a inserção em políticas públicas de saúde, aproximando aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, considerando o modo de vida, cultura, organizações sociais e hierarquias próprias do contexto indígena. A compreensão da diversidade indígena pode ocorrer por meio da Teoria das Representações Sociais de Moscovici, com a produção de conhecimento do senso comum. Com isso, a pergunta da pesquisa em tela é: “Quais as representações sociais de cuidado em saúde para profissionais que atuam em terra indígena, na perspectiva cultural e da integralidade?”, com o objetivo de: Analisar as representações sociais de cuidado em saúde para profissionais que atuam em Terra Indígena, na perspectiva cultural e da integralidade. A pesquisa assenta-se na abordagem qualitativa, descritiva e compreensiva a partir do referencial teórico das Representações Sociais de Moscovici. O campo de estudo foi a Terra Indígena do Guarita (TIG), localizada na região noroeste do Rio Grande do Sul. Como participantes do estudo, elegeram-se os profissionais de saúde que desenvolviam práticas de cuidado em saúde para as populações indígenas da TIG pertencentes às Equipes Multiprofissional de Saúde e Polo-Base havia mais de 3 meses. Como critério de exclusão: profissionais que estivessem em gozo de licença e férias na coleta de dados. A geração de dados ocorreu entre os meses de setembro e novembro de 2023, por meio de oficina grupal, com uma abordagem através de núcleos figurativos e simbólicos e entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados partiu da análise temática de Minayo. Esta pesquisa seguiu os preceitos éticos das Resoluções nº 466/2012 e nº 510/2016, possui autorização da Liderança da TIG, do Distrito Sanitário Especial Indígena Interior Sul, da Fundação Nacional de Saúde Indígena nº 08620.002324/2023-91, do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria, e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa com o Parecer 6.292.636, CAAE: 68883823.0.0000.5346. Os profissionais de saúde referenciaram a influência da cultura nos saberes tradicionais, na ancestralidade, nas vivências na aldeia, no uso das ervas medicinais e de alimentação típica, mesmo que estes estejam em desuso, e a presença das Equipes de Saúde e das Escolas Indígenas que ensinam a língua indígena, auxiliando na manutenção da cultura. O Cuidado em Saúde, nas dimensões da integralidade, parte das relações de vínculo e confiança, espaços de conversa, visitas domiciliares, grupos e atendimentos individualizados. Nas dimensões da (des)integralidade, dificuldades organizacionais e insumos, particularidades nos domicílios, falta de saneamento básico, quantidade e rotatividade de profissionais. Espera-se, com este estudo, discorrer sobre o cuidado em saúde à população indígena, trazendo a realidade das equipes, fortalecer as Políticas Públicas, aproximar a formação acadêmica a este cenário de cuidado e melhorar as condições dos profissionais de saúde para realizarem o cuidado em saúde às populações indígenas.
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