"Desconectar para reconectar": uma etnografia sobre o fenômeno do detox digital
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Date
2024-04-09Primeiro coorientador
Dalmolin, Aline Roes
Primeiro membro da banca
Karhawi, Issaaf
Segundo membro da banca
Machado, Ali
Terceiro membro da banca
Ronsini, Veneza Veloso Mayora
Quarto membro da banca
Cougo, Laura Hastenpflug Wottrich
Metadata
Show full item recordAbstract
Em um mundo altamente conectado, às tecnologias e mídias digitais estão presentes em
diversos aspectos do cotidiano. Dispositivos como smartphones e plataformas digitais agora
integram áreas como trabalho, lazer e sociabilidade com o objetivo de proporcionar
conveniência e eficiência nas atividades. Entretanto, essas mesmas tecnologias também são
responsabilizadas por episódios de estresse, ansiedade e esgotamento devido à crescente carga
de tarefas digitais. Como resultado, o detox digital surge como uma tentativa de desconexão
em um mundo amplamente conectado. O fenômeno engloba atividades e pausas no consumo
com o objetivo de barrar o consumo excessivo de tecnologias digitais (SYVERTSEN, 2020).
Contudo, existem poucas contribuições teóricas sobre as práticas de recusa digital no contexto
brasileiro. Assim, esta tese auxilia na formação de um panorama de estudos sobre o detox
digital no Brasil. Para isso, a pesquisa traz a seguinte questão problema: como usuários que
passaram por práticas de desconexão digital desenvolvem novas formas de consumir as
tecnologias como smartphones e plataformas digitais e quais os propósitos estabelecidos
nestas novas maneiras de uso? Este estudo tem como objetivo analisar os principais motivos
para a prática de uma desintoxicação digital, além das novas práticas de consumo para
smartphones e redes sociais. Optou-se por realizar uma etnografia para internet (HINE, 2015),
acompanhando esses participantes de outubro de 2020 a novembro de 2023. A partir dessas
observações, a pesquisa desenvolveu a noção de espectro de desconexão: uma abordagem
analítica para entender as práticas de desconexão digital adaptadas para a realidade brasileira.
Os resultados da análise apontam para que as práticas de detox digital são motivadas por três
circunstâncias: trabalho, lazer e autenticidade. Entretanto, as razões para a realização de um
detox digital revelam se sobrepor destacando que as formas de desconexão são distintas e
marcadas na experiência individual de cada indivíduo. Ademais, observa-se uma tendência a
patologizar o uso de tecnologias digitais, embora a ideia de vício em redes sociais ou
smartphones seja pouco aplicável aos participantes estudados. No contexto observado, os
interlocutores dependem da infraestrutura digital para suas atividades em várias áreas sociais.
Mesmo desejando desconectar-se, eles lutam para se afastar totalmente, permanecendo
conectados a outras plataformas. A desconexão categórica é acessível apenas para os mais
privilegiados. Portanto, aqueles que buscam se desconectar acabam encontrando maneiras
alternativas de consumir tecnologias digitais, buscando criar pequenas pausas no uso desses
dispositivos.
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