Reflexos da aceleração do Tempo Social na Teoria do Gatekeeping
Fecha
2024-03-22Primeiro membro da banca
Subtil, Filipa
Segundo membro da banca
Silva, Marcos Paulo da
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Este trabalho realiza uma investigação de cunho teórico em que a Teoria do Gatekeeping é
tomada como objeto de análise. Assumimos o pressuposto de que o Jornalismo é uma
instituição social da Modernidade (NEVEU, 2006), impactada pelos processos de aceleração
do Tempo Social (ROSA, 2019). Partindo desse pressuposto, somos guiados pelo seguinte
problema de pesquisa: quais marcas da aceleração do Tempo Social podem ser reconhecidas
na historicidade da Teoria do Gatekeeping, e de que modos essa teoria processa a aceleração
do Tempo Social com vistas a oferecer explicações sobre as transformações ocorridas no
campo profissional ao longo do seu percurso histórico? O objetivo geral consiste em observar
de que forma a aceleração do Tempo Social pode ser reconhecida na Teoria do Gatekeeping,
considerando a sua historicidade, bem como refletir sobre de que modo as repercussões da
aceleração do Tempo Social manifestam-se nas compreensões sobre o Jornalismo propostas
pela Teoria do Gatekeeping. Para operacionalizar a pesquisa, nos inspiramos na Arqueologia
de Michel Foucault (2008), para construir uma linha do tempo ilustrativa da Teoria do
Gatekeeping. A periodização tem como ponto de origem o trabalho de David Manning White
(1950) e se estende até 2022. Através do mapeamento e exploração de diversos textos,
conseguimos identificar dois períodos distintos. A primeira fase se estende até o final da
década de 1980 e se caracteriza pela difusão do modelo proposto pela Teoria do Gatekeeping
no campo do Jornalismo. A segunda fase tem início no ano de 1990 e segue até o ano de
2022. Esse período é marcado pela formação de nichos especializados na pesquisa e pela
problematização das transformações das práticas jornalísticas contemporâneas. O desenho da
linha do tempo resultou na definição de nosso corpus de análise, constituído, no total, por 13
textos que exploramos em nossa periodização e são referenciais para a compreensão das
transformações da Teoria do Gatekeeping. Para organizar as marcas da aceleração do Tempo
Social em cada um dos textos de nosso corpus, utilizamos as metáforas - ‘Canal’, ‘Portão’ e
‘Força’ - como recursos analíticos. O exercício arqueológico que resultou na nossa linha do
tempo, associado ao uso das metáforas como ferramentas operacionais, nos permitiu realizar,
simultaneamente, uma leitura sincrônica e diacrônica dos textos que selecionamos para
compor nosso corpus de análise. Marcas do processo de aceleração do Tempo Social foram
identificadas na Teoria do Gatekeeping com o suporte das três metáforas. A metáfora ‘Canal’
reflete, de modo acentuado, elementos da dimensão da aceleração técnica, enquanto que a
metáfora ‘Portão’ se caracteriza por manifestar elementos das dimensões da aceleração da
mudança social e do ritmo da vida. A metáfora ‘Força’ é a mais abstrata e reflete elementos
de inércia que são inerentes ao processo de aceleração do Tempo Social descrito por Rosa
(2019).
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