Abordagem citopatológica de linfoma em terceira pálpebra de felino: relato de caso
Abstract
O linfoma consiste em uma proliferação descontrolada de linfócitos e é uma das neoplasias
malignas que mais afeta os felinos. No Brasil, há elevada incidência devido à sua associação
com o vírus da leucemia felina (FeLV), o qual pode mutar o oncogene no DNA do hospedeiro,
predispondo a alguns tipos de linfoma. A suspeita diagnóstica, associada a avaliação clínica,
pode ser realizada com mais facilidade nos linfomas mediastínicos, nos gatos jovens FeLV
positivos, ou linfomas alimentares em gatos idosos, geralmente sem associação com o vírus.
Linfomas de grandes células ou de alto grau, podem ser diagnosticados com precisão através da
análise citopatológica, no entanto os de pequenas células ou de baixo grau, necessitam de
avaliação histopatológica, imunohistoquímica e/ou reação em cadeia da polimerase para
confirmação diagnóstica. O tratamento do linfoma consiste, geralmente, em quimioterapia. A
sobrevida pode variar conforme o tipo de linfoma, mas não ultrapassa dias a semanas ou,
quando tratado, meses a poucos anos. Este trabalho descreve o caso de um felino, fêmea, FeLV
positiva, que apresentava sinais clínicos neurológicos e aumento/protrusão de terceira pálpebra
no olho direito, além de posteriormente iniciar com sinais de paresia em membros pélvicos e
agressividade. Foi realizada citologia aspirativa por agulha fina e mielografia, as quais
permitiram identificar a presença, respectivamente, de linfoma em terceira pálpebra direita e
massa em região toracolombar. Assim, iniciou-se protocolo quimioterápico específico para o
linfoma que acomete o sistema nervoso. Com este relato pode-se concluir que a análise
citopatológica foi essencial para estabelecer um diagnóstico rápido e iniciar o tratamento, bem
como trazer qualidade e tempo de vida para o animal, o qual tinha um prognóstico reservado
devido a associação de FeLV e linfoma.
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