Influenciadoras digitais nos EUA: mediações interseccionais em usos sociais de tecnologias por migrantes brasileiras
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Date
2024-03-25Primeiro membro da banca
Escudero, Camila
Segundo membro da banca
Brandt, Grazielle Betina
Terceiro membro da banca
Vieira, Miriam Steffen
Quarto membro da banca
Depexe, Sandra
Metadata
Show full item recordAbstract
Esta tese parte do contexto dos fluxos migratórios contemporâneos, principalmente no que diz respeito à feminização das migrações. Por isso, o problema de pesquisa buscou compreender como as interseccionalidades são mediadoras dos usos de tecnologias digitais por mulheres migrantes brasileiras que residem nos Estados Unidos e são influenciadoras digitais. A teoria da interseccionalidade, nesta pesquisa, compreende a mediação de identidade dos terceiro e quarto mapas das mediações, de Jesús Martín-Barbero. Com o objetivo geral, busca-se compreender como as interseccionalidades de gênero, raça, classe, relacionamentos afetivos, nacionalidade e status migratório medeiam os usos de tecnologias digitais feitos pelas interlocutoras. Os objetivos específicos da tese são analisar a relação entre o conteúdo produzido pelas interlocutoras na rede social digital Instagram e as interseccionalidades vividas por elas; entender como essas mulheres migrantes utilizam o Instagram para se autorrepresentarem e para compartilhar experiências sobre migração; identificar a percepção das migrantes sobre o papel das plataformas no trabalho das influenciadoras digitais; além de estabelecer quais os principais usos de tecnologias digitais feitos pelas entrevistadas de maneira a perceber quais interseccionalidades são acionadas por eles. O referencial teórico escolhido para amparar este estudo inclui autores e autoras que abordam as migrações e o transnacionalismo, os fluxos migratórios do Brasil para os Estados Unidos, a teoria interseccional relacionada ao contexto migratório, a feminização da migração, os usos de tecnologias digitais por migrantes, o trabalho por plataforma e os influenciadores digitais, além da autorrepresentação nas redes sociais digitais. Esta é uma pesquisa de cunho qualitativo, partindo dos pressupostos da etnografia, neste caso, realizada a partir, com e em tecnologias digitais. A observação foi online, complementada com a análise das contas na rede social digital Instagram das interlocutoras, além de entrevista. A observação ocorreu entre maio de 2022 e dezembro de 2023 em perfis de sete influenciadoras digitais migrantes. Foi possível definir sete categorias de análise a partir dos conteúdos produzidos: gênero, raça, classe, relacionamentos afetivos, nacionalidade, status migratório e trabalho por plataforma. A pesquisa mostra que as diferentes interseccionalidades afetam não só os usos que as interlocutoras fazem das tecnologias digitais, como também os conteúdos produzidos por elas. Com contextos de vida variados, cada mulher possui uma experiência migratória única, entrecruzada por oportunidades, preconceitos, busca por acesso a direitos e condições de trabalho. Além disso, o trabalho por plataformas se mostra como uma opção para complemento de renda, porém, marcado pela informalidade, pela sobrecarga e pela opacidade algorítmica.
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