Memórias conectadas: a tortura das ditaduras no cinema de ficção argentino, brasileiro e chileno
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Date
2024-03-26Primeiro membro da banca
Valim, Alexandre Busko
Segundo membro da banca
Konrad, Diorge Alceno
Terceiro membro da banca
Gutfreind, Cristiane Freitas
Quarto membro da banca
Heise, Tatiana
Metadata
Show full item recordAbstract
Este estudo tem como objetivo analisar a construção da memória cultural conectada da tortura nas ditaduras civis-militares da Argentina, do Brasil e do Chile em filmes de ficção lançados nos períodos pós-ditadura. O cinema é um campo fértil para a imaginação e, quando em contato com a história, oportuniza uma reflexão sobre determinados temas que englobam as sociedades. Dentre as abordagens, estão as representações da violência promovida pelos Estados e os usos da tortura como um mecanismo de opressão e horror. Os objetos de análise serão as sequências de tortura física, rememoradas ou visualizadas, em quatorze filmes selecionados para o corpus. O percurso metodológico se desenvolve a partir da compreensão da relação sócio-histórica dos filmes selecionados e da análise fílmica das sequências de tortura. O estudo está organizado em dois capítulos teóricos, um metodológico e quatro analíticos. No primeiro se estabelecem as relações entre cinema, história pública e memória cultural e suas conexões. No segundo capítulo percorre-se o caminho histórico das abordagens entre cinema e violência em filmes de ficção, investigando-se como o impacto visual da tortura abasteceram o imaginário das sociedades. No capítulo três é apresentada a definição do corpus e o percurso metodológico. Nos capítulos quatro, cinco e seis compreende-se o contexto de reflexão das filmografias argentina, brasileira e chilena, respectivamente, e analisam-se as sequências de tortura tanto como rememoração quanto como visualidade. No capítulo sete verifica-se as conexões e aproximações acerca da memória cultural a partir dos elementos visuais e temáticos expressos nas sequências de tortura. Os principais autores que fundamentam este estudo são Henry Rousso, Hans Ulrich Gumbrecht, Aleida Assmann, Joel Candau, Georges Didi-Huberman, Michael Pollak, Andreas Huyssen, Michael Rothenberg e Astrid Erll. O problema de pesquisa questiona como se constrói a memória cultural conectada da tortura nos filmes que representam as ditaduras argentina, brasileira e chilena em obras de ficção lançadas no período pós-ditadura? A hipótese argumentativa com a qual se trabalha é a de que as sequências de tortura em filmes que se inspiram na história das ditaduras expressam um olhar que contextualiza a história nacional enquanto um tipo de memória cultural, mas que, a partir da recorrência de certos elementos imagéticos, temáticos, argumentativos transcendem esse espaço de fronteira política para uma memória que se conecta na representações visuais do acontecimento traumático e que atinge o âmago das discussões dos direitos humanos na exposição do abjeto conectado pelos usos da tortura pelos Estados.
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