Exposição a agrotóxicos em trabalhadores rurais da região central no Rio Grande do Sul
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Data
2023-02-03Primeiro coorientador
Zanella, Renato
Primeiro membro da banca
Silva, Laís Mara Caetano da
Segundo membro da banca
Clasen, Barbara Estevão
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução: a implementação de agrotóxicos impulsionou a produtividade agrícola, em contrapartida as populações e trabalhadores rurais passaram a ficar expostas aos riscos destes compostos. Estudos têm estabelecido uma associação epidemiológica entre a exposição aos agrotóxicos e as elevadas taxas de doenças crônicas. Tanto os agrotóxicos quanto as doenças crônicas não transmissíveis se configuram como prioridades em pesquisas de saúde. Objetivo: analisar a exposição aos agrotóxicos em trabalhadores rurais, descrevendo as doenças crônicas autorreferidas. Método: trata-se de um estudo epidemiológico observacional, analítico e transversal. Realizado com 36 pequenos produtores rurais de grãos, de cidades da região central do Rio Grande do Sul. A seleção dos participantes se deu por conveniência. A coleta de dados se deu em duas etapas, realizadas na residência do participante. Sendo a primeira de entrevista e a segunda para coleta de material biológico, sangue. As amostras sanguíneas foram coletadas por punção em veias periféricas com agulha e seringa, um volume total de 10 ml e após passaram por processo de preparo para análises bioquímicas, foram analisados valores das enzimas acetilcolinesterase e butirilcolinesterase para avaliar os níveis de intoxicação por agrotóxicos. Também foram analisados os resíduos de agrotóxicos presentes nos participantes. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria sob o parecer nº 3.800.196. Resultados: a maior parte dos participantes eram homens, com escolaridade variando de 6 a 9 anos de estudo, todos apresentam ou já apresentaram contato com agrotóxicos. O principal cultivo de grão observado foi de arroz, em terras que os próprios trabalhadores são donos e por se tratarem de pequenos produtores, boa parte manuseava agrotóxicos em média de 100 horas ao ano. As doenças crônicas autorreferidas mais frequentes foram hipertensão arterial e diabetes mellitus e todos que referiram, realizavam tratamento para patologia. Foram observados valores elevados para acetilcolinesterase e butirilcolinesterase, porém alguns participantes apresentaram inibição das enzimas, indicando intoxicação. Fato esse que foi corroborado pelas analises de compostos presentes em soro e plasma dos participantes, nos quais foram detectados 38 tipos de compostos tóxicos. Conclusão: as análises de agrotóxicos em soro e plasma indicaram a ocorrência de vários agrotóxicos e alguns metabólitos indicando a necessidade de um estudo mais abrangente. A multifatoriedade das doenças crônicas, impossibilita afirmar se a patologia desenvolvida está relacionada diretamente do agrotóxico, mas ele pode estar incluído como fator de risco predisponente.
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