Uso de dejetos bovinos e suínos como fertilizantes: avaliação dos efeitos ecotoxicológicos em minhocas Eisenia andrei
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Date
2024-03-26Primeiro coorientador
Bisognin, Ramiro Pereira
Primeiro membro da banca
Leitemperger, Jossiele Wesz
Segundo membro da banca
Saggioro, Enrico Mendes
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A produção global de suínos e bovinos, embora desempenhe papel importante na economia,
pode gerar impactos ambientais significativos, por exemplo, associados aos dejetos gerados na
produção intensiva de animais. Este estudo objetiva investigar o impacto ecotoxicológico em
minhocas expostas a solos fertilizados historicamente com dejetos de suínos e bovinos, bem
como os efeitos de longo prazo das aplicações no solo (argissolo). A metodologia incluiu
análise de características físico-químicas do solo e avaliação de biomarcadores nos animais,
como: capacidade antioxidante contra radicais peroxil (ACAP), superóxido dismutase (SOD),
catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR), peróxido, espécies
reativas de oxigênio (ERO), carbonilação de proteínas, substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS), acetilcolinesterase (AChE) e butirilcolinesterase (BChE). As
minhocas foram expostas aos seguintes tratamentos: Controle (CT), Dejetos Líquidos de
Bovinos (DLB), Dejetos Líquidos de Suínos (DLS) e Cama Sobreposta de Suínos (CSS),
durante 28 dias, com avaliação dos biomarcadores em 14 e 28 dias, sendo os ensaios realizados
em quadruplicata. A análise estatística incluiu os testes de Kruskal Wallis e ANOVA com nível
de significância de p < 0,05. Os resultados revelaram uma interação entre os tratamentos com
dejetos, o solo e as minhocas. O aumento nos níveis de K, Ca, Mg, Cu, Zn e Mn em DLB sugere
um ambiente mais fértil, mas também mais propenso ao estresse oxidativo. As enzimas
antioxidantes (SOD e CAT) mostram o aumento da atividade no decorrer do tempo, mostrando
uma resposta adaptativa ao dano oxidativo TBARS e carbonilação proteica, indicando um
quadro de estresse oxidativo. Nesse cenário, o aumento de AChE e a inibição de BChE indicam
possíveis efeitos neurotóxicos. Em DLS os níveis de P, K, Cu e Zn, mostram aumento na
atividade das enzimas antioxidantes (ACAP, SOD, CAT e GST), da atividade colinérgica
(AChE), inibição de GPx e BChE, aumento de H2O2 e manutenção dos índices dos demais
marcadores de dano oxidativo. A presença de Ni em níveis mais altos também pode te
contribuído para a toxicidade e o estresse oxidativo observados. O aumento na atividade de
BChE pode ser uma resposta adaptativa para contrabalançar a atividade elevada de AChE e
tentar restabelecer o equilíbrio neurológico.CSS tem os níveis mais altos de CoT, NT, CTC,
Cu, Zn e Mn. Esses fatores levam a um aumento significativo na atividade das enzimas
antioxidantes e nos marcadores de dano oxidativo, sugerindo um alto nível de estresse
oxidativo. O mesmo efeito observado para as colinesterases em DLS foi observado neste
tratamento. Esses resultados indicam a alteração do funcionamento de enzimas relacionadas à
função neurológica nos organismos. O aumento na atividade das enzimas antioxidantes ao
longo do tempo nos tratamentos com dejetos mostra uma adaptação ao dano oxidativo
ocasionado pela via das glutationas, principalmente pela GST regenerando a GSH, com
possíveis efeitos neurotóxicos e estresse oxidativo observados nos diferentes tratamentos.
Logo, a aplicação de dejetos ao longo do tempo em solo pode impactar negativamente as
minhocas, prejudicando suas funções ecológicas e afetando a saúde e a biodiversidade do
ecossistema como um todo.
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