Ciberespaço e percepção das violências: uma investigação didática em geografia no município de Bossoroca/RS entre 2021 e 2023
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Date
2024-04-22Primeiro orientador
Guarnaschelli, Luis Fernando Pesce
Primeiro membro da banca
Sandoval, Ana Estela Dominguez
Segundo membro da banca
Machado, Juliana Brandão
Terceiro membro da banca
Cardoso, Eduardo Schiavone
Quarto membro da banca
Benaduce, Gilda Maria Cabral
Metadata
Show full item recordAbstract
O ciberespaço é um tema com poucas investigações no Brasil, principalmente na Geografia, que deve ampliar suas discussões frente as transformações da sociedade interconectada por redes. No mundo globalizado, a sociedade capitalista está cada vez mais inserida no ciberespaço por suas dinâmicas sociais, econômicas, políticas, religiosas, culturais, etc. A internet trouxe muitos benefícios, como o acesso rápido a informação e ao conhecimento, oferecendo uma nova forma de entretenimento e relacionamento. Todavia, ao se transformar em uma extensão da sociedade, o ciberespaço também dispõe de conflitos, violências e preconceitos. A Geografia Escolar deve proporcionar ferramentas teóricas, metodológicas e axiológicas que permitam aos estudantes interpretar as relações sociais na virtualidade e que proporcione bases conceituais, procedimentais e atitudinais que contribuem à formação da cidadania digital. Essa tese defende a ideia de que a Geografia apresenta potenciais possibilidades de promover na escola uma emancipação de sujeitos frente às violências no ciberespaço, justificado pela competência 5 sobre a cultura digital da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da proposta de letramento digital e informacional da Política Nacional de Educação Digital (PNED). O problema a ser respondido foi: os estudantes de Bossoroca/RS manifestam uma cidadania digital e percebem as novas formas de violências ocorridas no ciberespaço? O objetivo geral foi: investigar a percepção das violências no ciberespaço pelos estudantes de Geografia na Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os objetivos específicos foram: (1) estabelecer um elo teórico-metodológico entre a Geografia, o ciberespaço e a percepção das violências, (2) indagar as percepções dos estudantes de Bossoroca/RS com situações de violências digitais a partir de sondagens; (3) comparar as percepções dos estudantes de diferentes realidades espaciais, de gênero e de nível formativo; (4) refletir o papel do Ensino de Geografia como mediadora da emancipação de sujeitos na globalização. A metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa, enfocada no método do estudo de caso, utilizando a técnica de questionários para levantamento de dados em uma investigação didática convertida em uma intervenção pedagógica-educativa, interpretados nos conceitos de percepção e representações sociais em Geografia. Como resultados, os estudantes de Bossoroca apresentaram dificuldades em reconhecer os preconceitos expressos nos memes em redes sociais, sendo que a percepção se altera conforme a realidade particular de cada aluno e de cada escola. Concluímos ressaltando a importância da Geografia Escolar na formação de cidadãos na globalização informacional, cujo professor deve assumir seu compromisso em emancipar criticamente as crianças e os adolescentes frente as novas formas de relações sociais e de violências. Concluímos também que urge à Geografia Acadêmica o dever em se apropriar do ciberespaço como um espaço geográfico em potência, dualizado pelas dicotomias “real-virtual” e “material-imaterial”, mas tão concreto quanto o espaço geográfico tradicional, reconhecido como a base fundamental dessa ciência. Logo, precisamos acompanhar os avanços da Humanidade na transformação do mundo, cuja internet, redes sociais e plataformas digitais representam uma virtualização das categorias de análise, exigindo um realinhamento científico que propomos definir como “Geografia 4.0”.
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