Crédito rural: análise e proposições sobre o custeio agrícola no estado do Rio Grande do Sul
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Date
2024-04-23Primeiro membro da banca
Oliveira, Gabriel Nunes de
Segundo membro da banca
Santos, Marcos Antônio Souza dos
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A principal ferramenta da política agrícola brasileira é o crédito rural, que o governo utiliza
para promover o desenvolvimento do setor e incentivar a implementação de pautas consideradas
importantes para o país, como a sustentabilidade na produção. Em 2022, o Rio Grande do Sul
foi o estado que mais se beneficiou desse instrumento da política agrícola, captando 13,67%
dos recursos e emitindo 15,15% dos contratos de crédito rural do país, conforme dados do
Bacen (2023). Neste escopo, o trabalho é dividido em duas partes: a primeira busca
compreender as nuances e a cronologia da distribuição espacial do crédito rural no estado Rio
Grande do Sul no período entre 2013 e 2022, e a segunda parte aborda a importância do crédito
rural para o desenvolvimento das atividades produtivas e a integração do manejo agronômico e
tecnológico nas propriedades rurais do estado, sob a perspectiva dos produtores rurais. Isso
fornece uma visão abrangente do passado, presente e futuro do crédito rural para o produtor
rural gaúcho. Na primeira parte, foi realizada uma análise cronológica das aplicações dos
recursos de crédito rural, seguida de uma análise descritiva para introduzir o tema e demonstrar
a relevância das principais regiões do estado. Em seguida, foi conduzida uma análise do perfil
produtivo utilizando o Índice Normalizado de Crédito Rural (INCR), que permite observar se
o perfil produtivo de um município é mais agrícola ou pecuário. Além disso, para verificar a
representatividade de uma atividade específica em um município, foi aplicado o Índice de
Hirschman-Herfindahl (IHH). Esses dados foram disponibilizados utilizando técnicas de
Sistemas de Informação Geográfica (SIG), permitindo descrever a distribuição espacial do
crédito rural por meio de mapas. Dessa forma, o modelo de análise permitiu identificar a
atividade agropecuária predominante em cada município do estado e as mudanças que
ocorreram ao longo do período analisado. Isso demonstrou que o estado possui um setor
agropecuário dinâmico, multifacetado e em constante evolução, uma vez que os municípios ao
longo dos anos têm modificado suas necessidades de crédito e ajustado suas atividades
produtivas. Na segunda parte, que visa analisar e compreender a visão e as demandas dos
produtores rurais gaúchos sobre a interação entre o modelo de crédito rural e o manejo
agronômico em suas propriedades, foi conduzido um questionário que coletou a opinião de 240
produtores rurais em 88 municípios diferentes do estado sobre esse tema. Para compreender a
perspectiva dos produtores, as respostas foram submetidas a uma análise descritiva, fatorial e
de cluster. Por meio dessas análises, foi possível examinar as relações dos entrevistados com as
variáveis do estudo, identificando as estruturas subjacentes inerentes ao conjunto de dados
pesquisados. Com isso, foi identificado que os produtores desejam produzir de maneira mais
eficiente e sustentável, porém enfrentam dificuldades para obter recursos por meio do crédito
rural. Isso ocorre porque o modelo atual não consegue satisfazer suas necessidades, sendo
necessário atualizar as estruturas das linhas de crédito para abordar questões que vão além da
simples produção de alimentos, considerando todo o ecossistema da propriedade. Dessa forma,
foi possível obter uma perspectiva abrangente sobre o crédito rural no Rio Grande do Sul,
abordando tanto seu passado e presente quanto suas perspectivas futuras na visão dos
produtores rurais.
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