Distocia em ruminantes:estudo retrospectivo no período de 2019 a 2023 de casos atendidos no setor da clínica de ruminante do Hospital Veterinário Universitário da UFSM
Abstract
A distocia é definida como um nascimento difícil e que necessita da intervenção humana para
que o parto possa ocorrer. É uma queixa rotineira na clínica veterinária de ruminantes e por
conta disso é importante que o médico veterinário esteja apto a formação técnica para solucionar
esse problema e possíveis complicações. Com o objetivo de realizar um estudo dos casos desse
distúrbio em bovinos e ovinos atendidos na Clínica de Ruminantes do HVU-UFSM, foram
analisadas 857 fichas clínicas, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023. Foram
selecionados e tabelados dados sobre a espécie, raça, idade, procedimentos realizados e o
desfecho de cada caso de acordo com tipo de intervenção. Dentre os dados avaliados, foram
registrados 52 casos de distocia em ruminantes, sendo 22 casos em bovinos (4,20% de
casuística) e 30 em ovinos (8,57% de casuística). Em relação as intervenções realizadas,
44,23% foram de manobras obstétricas, enquanto que cesariana 51,92% e fetotomia 3,84%. Há
de se destacar a queda no número de atendimentos em 2023, com relação ao ano anterior. Esta
foi atribuída a grande desvalorização que a carne e o leite sofreram de maneira repentina. Dos
casos de distocia ocorridos, houve 36 mortes de fetos relatadas, em partos simples e gemelares.
Chama a atenção o elevado número de partos gemelares nos ovinos, que compreendem 30% do
total da espécie. Por fim, é necessário destacar que a demora entre o início do parto e o início
da intervenção é uma das principais variáveis que impacta no grande número de óbitos, tanto
da progenitora, quanto da progênie.
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