Análise do índice de anticorpos IgG do vírus anti-Epstein-Barr líquor/soro e sua associação com doenças desmielinizantes
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Data
2024-06-20Primeiro coorientador
Carvalho, Jose Antônio Mainardi de
Primeiro membro da banca
Reis, Aramys Silva dos
Segundo membro da banca
Silva, José Edson Paz da
Metadata
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As doenças desmielinizantes são um grupo de enfermidades com gatilhos diversos e não
específicos, de origem infecciosa e/ou autoimune, que partem do princípio inflamatório da
perda da mielina dos neurônios, gerando uma série de sinais e sintomas, que exige um
diagnóstico multifatorial. Os exames que apoiam o diagnóstico diferencial, assim como
sinalizam os prováveis caminhos investigativos, envolvem o líquido cefalorraquiano (LCR)
na rotina e nas avaliações de detecção da síntese intratecal. O fator desencadeante para
doenças desmielinizantes sempre foi um enigma, mas em meados de 2023, Bjornevik e
colaboradores demonstraram a correlação desta doença com o vírus Epstein-Barr (EBV).
Assim, este estudo teve como objetivo determinar as concentrações de anticorpos IgG
específicos para EBV VCA, no LCR e soro, e verificar o índice de anticorpos específicos
(IAE) associando com os demais exames como bandas oligoclonais (BOC), o
normograma de Reiber, e aos achados clínico laboratoriais dos pacientes com doenças
desmielinizantes atendidos no Hospital Universitário de Santa Maria – RS (HUSM) e no
Instituto Neurológico de Goiânia (ING), entre 1 de março de 2022 e 31 de março de 2024.
Foram selecionados 61 pacientes, com idades que variaram de 28 dias a 84 anos, e
separados em 2 grupos, sendo 34 pacientes com doenças desmielinizantes (DESM), e
outro com 27 pacientes sem doenças desmielinizantes relacionadas (NDESM). Foram
realizados a BOC, a pesquisa de anti-AQP4 IgG e de anti-MOG IgG, as dosagens de IgG
e de albumina no soro e LCR, os normogramas de Reiber, as dosagens da atividade de
marcação de anticorpos para EBV VCA IgG, e posteriormente foi calculado o IAE. Os
pacientes DESM na maioria foram mulheres na proporção de 1,6:1, e estes apresentaram
maior incidência da atividade de anticorpos para EBV VCA IgG frente aos pacientes
NDESM, tanto no soro quanto no LCR. Pacientes entre 1 e 18 anos foram 100% não
reagentes para a atividade de marcação de anticorpos EBV VCA IgG. A presença de BOC
foi detectada em 33,3% dos pacientes DESM com EM. Os pacientes NDESM recém
nascidos apresentaram altos títulos de anticorpos EBV VCA IgG no LCR. A presença de
síntese intratecal avaliada pelo reibergrama foi concordante em 88,9% dos pacientes com
a presença de BOC. O IAE EBV VCA IgG foi inferior a 2,5 em 96,9% nos pacientes DESM,
mesmo na presença de BOC e com o reibergrama apresentando presença de síntese
intratecal. Estas associações evidenciaram que pacientes DESM, mesmo na presença de
síntese intratecal detectadas pela BOC e reibergrama sendo reagentes para EBV VCA
IgG, tanto no soro e no LCR, na sua grande maioria apresentaram IAE dentro dos valores
de normalidade.
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