Desafios e perspectivas: monitoramento de longa duração da biodiversidade em ambientes neotropicais
Fecha
2024-02-15Primeiro membro da banca
Bergallo, Helena de Godoy
Segundo membro da banca
Baccaro, Fabricio Beggiato
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Pesquisas de longa duração são fundamentais para avaliar alterações naturais na
biodiversidade e quantificar impactos humanos. No entanto, nos últimos anos, essas pesquisas
têm gerado controvérsias relacionadas à detecção precisa de mudanças ambientais. Essa
discussão envolve a possível deficiência nos programas de monitoramento, incluindo
especialmente erros de amostragem e a sub-representação geográfica de alguns ecossistemas e
regiões do planeta, como os neotrópicos. Com o objetivo de avaliar tais deficiências,
examinamos falhas de amostragem e suas implicações na avaliação de mudanças em
ecossistemas neotropicais, uma das regiões mais biodiversas do mundo, mas uma das menos
representadas em estudos anteriores. Utilizamos um banco de dados de projetos de longa
duração desenvolvidos na região no período de 1961 a 2020, incluindo ambientes terrestres e
recifais em 30 países neotropicais. Avaliamos a distribuição destes projetos em relação à
representação taxonômica, temporal e geográfica. Além disso, utilizamos simulações para
analisar a eficiência das pesquisas em detectar alterações na biodiversidade com os protocolos
de amostragem utilizados. Evidenciamos uma distribuição desigual de projetos de longa
duração na região neotropical, com ampla representação de algumas ecorregiões e grupos
taxonômicos. A maioria dos projetos apresentou deficiências na amostragem e curta duração,
concentrando-se principalmente na região sudeste do Brasil. A análise temporal demonstrou
que, para avaliações mais precisas de alterações, períodos longos de estudo são mais
eficientes. É necessário que ocorra uma distribuição mais equitativa de projetos de
monitoramento, focados em uma maior diversidade de grupos taxonômicos, para uma
compreensão mais abrangente das mudanças na biodiversidade em áreas inteiras, e não apenas
em locais específicos amostrados de forma mais robusta. Uma perspectiva global mais
equilibrada é essencial para uma compreensão concreta das mudanças na biodiversidade e
impactos humanos.
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