Distribuição espacial e fidelidade quantitativa de associações vivas x mortas de moluscos da bacia do rio Ibicuí, Brasil
Fecha
2013-08-30Segundo membro da banca
Francesco, Claudio Germán de
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A inexistência de dados de longo prazo sobre as comunidades de moluscos que hoje ocupam rios e riachos, atualmente, pode dificultar a determinação do grau em que as mesmas encontram-se alteradas. Nesse sentido, estudos quantitativos sobre a paleodiversidade e a distribuição espacial de suas comunidades representam importante contribuição ao conhecimento da biodiversidade dos moluscos límnicos e preservação da integridade dos rios do sul do Brasil. A partição aditiva da diversidade de espécies é uma forma eficiente para analisar a diversidade de espécies em várias escalas espaciais e identificar a fonte mais importante e o destino dos esforços para a conservação da diversidade. Outro método, a fidelidade quantitativa, permite responder questões sobre produtividade, biomassa e estrutura de comunidades, assim como alterações antropogênicas, analisando o grau com que associações mortas refletem as comunidades vivas, O presente estudo teve como objetivos conhecer e compreender a distribuição espacial das comunidades vivas de moluscos e a fidelidade quantitativa das assembléias vivas e mortas na bacia do rio Ibicuí, extremo sul do Brasil. No capítulo um, objetivou-se avaliar a distribuição das comunidades de moluscos no rio Toropi e a partição da diversidade da comunidade em diferentes escalas espaciais. Os resultados mostraram que todas as espécies de moluscos encontrados, bem como, a comunidade no total, exibiram distribuição agregada, influenciando a partição da diversidade beta das comunidades de moluscos límnicos estudadas. O capítulo dois teve como objetivo avaliar o grau da fidelidade quantitativa das associações vivas e mortas de moluscos da bacia do Rio Ibicuí, sul do Brasil, sob a influência de três fatores ambientais, em escala espacial ampla e local: relevo (planície x encosta), ordem dos rios (pequena x média-grande) e granulometria (substrato arenoso x cascalhoso). Os resultados demonstraram uma diferença na fidelidade entre as assembleias vivas e mortas na bacia do Rio Ibicuí, em relação a composição de espécies, dominância e riqueza. As assembleias vivas estiveram relacionadas a estes fatores. A composição de espécies das assembleias mortas pode ser usada para inferir a ordem dos rios, podendo ser utilizadas para reconstituir a ordem hidrológica dos ambientes onde estão acumuladas. No entanto, as assembleias mortas não podem ser utilizadas para fornecer informações sobre relevo, pois as acumulações de conchas não foram influenciadas por essa variável ambiental.