Aplicação sustentável dos resíduos da cadeia produtiva do açaí (Euterpe Oleracea): produção de carvão ativado para adsorção dos herbicidas tóxicos ácido 2,4-diclorofenoxiacético e atrazina da água
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Fecha
2024-06-17Primeiro coorientador
Dotto, Guilherme Luiz
Primeiro membro da banca
Carissimi, Elvis
Segundo membro da banca
Cadaval Junior, Tito Roberto Sant’Anna
Terceiro membro da banca
Bisognin, Ramiro Pereira
Quarto membro da banca
Alcaraz-González, Victor
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A adsorção com carvão ativado (CA) tem se mostrado uma técnica promissora no tratamento de águas residuais devido a sua simplicidade, eficiência, viabilidade econômica e aceitação social. Ainda, o CA permite o aproveitamento de diversos resíduos orgânicos como matéria prima. Este trabalho teve por objetivo avaliar a remoção dos herbicidas tóxicos, o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e a atrazina (ATZ), em solução aquosa, pelo uso de CA derivado da semente de açaí (Euterpe Oleracea) produzido com cloreto de zinco (ZnCl2). O CA foi caracterizado com uso das técnicas de espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), difratrometria de raios X (XRD), e microscopia eletrônica de varredura (SEM) acoplado a um detector de energia dispersiva de raios-x (EDS), e pela teoria de Brunauer-Emmett-Teller (BET) para o cálculo de área superficial. Os ensaios de adsorção foram realizados com variação de concentração inicial dos herbicidas e variação da temperatura. A capacidade de adsorção do CA foi avaliada por meio das isotermas e cinética obtidas dos ensaios; como também pelo ajuste dos parâmetros termodinâmicos. Para as isotermas foram aplicados os modelos de Langmuir, Freundlich, Redlich-Peterson e Sips; e para a cinética foram aplicados os modelos de pseudo-primeira ordem, pseudo-segunda ordem e de Força Motriz Linear (LDF), na procura da melhor representatividade do processo. O CA formado por carbono, e com rendimento de 28%, foi utilizado satisfatoriamente como adsorvente na remoção de ambos os herbicidas, 2,4-D e ATZ. A eficiência de remoção foi devido à superfície altamente porosa (Vp = 0,467 cm3 g−1; Dp = 1,126 nm) e boa área superficial (SBET = 920,56 m2 g−1). No caso do 2,4-D, resultados satisfatórios foram obtidos para uma dosagem de 0,6 g L-1 de CA, mantendo o pH natural da solução (≈ 6,1). Na avalição isotérmica da adsorção, o aumento da capacidade de adsorção foi associado ao aumento da temperatura, atingindo um valor de 218 mg g−1 a 328 K, e o modelo de melhor ajuste estatístico foi o de Sips. Na avaliação cinética, o equilíbrio foi atingido entorno aos 120 min para concentrações variando de 25 a 100 mg L-1 de 2,4-D, e o modelo de melhor ajuste foi o LDF. Para a ATZ, bons resultados foram obtidos para uma dosagem de 0,54 g L-1 de CA e o pH natural da solução (≈ 6,5). Durante a realização da análise isotérmica, como no caso do 2,4-D, o aumento da capacidade de adsorção foi associado ao aumento da temperatura, com um valor máximo de 178 mg g−1 a 328 K, sendo o modelo de Redlich-Peterson o de melhor ajuste. Na cinética, diferentes concentrações mostraram diferentes tempos de equilíbrio, e o modelo mais representativo foi o LDF. Os resultados termodinâmicos indicaram uma natureza física e endotérmica na adsorção de ambos os herbicidas. Na simulação de um efluente industrial contendo poluentes como ATZ, Diuron e 2,4-D, o CA apresentou uma elevada remoção de 81,45% de ATZ. Também, durante uma avaliação econômica, foi determinado que a recuperação da ATZ (dessorção) do CA e sua possível venda, poderia gerar lucro, dependendo do custo de aquisição do material precursor. Portanto, estes resultados indicam o grande potencial de aproveitamento de resíduos do açaí para a produção de CA com cloreto de zinco, e sua eficiente aplicação na remoção do 2,4-D e ATZ, agregando um valor econômico e ambiental para este tipo de material, tornando seu ciclo produtivo mais sustentável.
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