Como um príncipe deve agir para manter a lealdade: o uso estratégico das políticas alimentares para cooptar os militares na Venezuela de Maduro entre 2013 e 2019
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Data
2023-12-06Primeiro membro da banca
Cunha, Patrícia Rodrigues Chaves da
Segundo membro da banca
Villas, Rafael Antonio Duarte
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Por que a política alimentar venezuelana está tão militarizada? O objetivo do presente trabalho é responder essa pergunta analisando o uso da política alimentar venezuelana como uma estratégia para cooptar os militares venezuelanos. Com base na definição dada por Selznick (1948), a cooptação é entendida como um processo de negociação entre atores políticos que visa superar as ameaças enfrentadas por organizações e/ou líderes que oferecem benefícios a agentes poderosos em troca de estabilidade. Através de um estudo de caso, usando o rastreamento de processos como técnica de pesquisa, analisamos o desenvolvimento da política alimentar na Venezuela e os conflitos envolvidos nela. A pesquisa baseou-se em fontes documentais, principalmente oficiais, como leis, decretos e sentenças coletadas na Gaceta Oficial (o Diário da União venezuelano), mas também em discursos de líderes relevantes para analisar a participação dos militares e como a estrutura burocrática da política alimentar gerou benefícios pessoais para eles no contexto de uma crise política que ameaçava a continuidade de Maduro na presidência. A partir dessa análise, identificamos três mecanismos que permitiram a cooptação dos militares por meio da política alimentar: a patronagem, o aumento dos poderes do Ministério da Defesa e a revolving door entre as entidades do Ministério da Alimentação e o Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (CEOFANB) da Venezuela.
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