“Violência deixa marcas, não vê-las deixa feminicídios”: a circulação do caso Tatiane Spitzner
Resumen
No dia 22 de julho de 2018, na cidade de Guarapuava, no Paraná, a notícia da morte de uma advogada gerou diversas especulações e mobilizações. Tatiane Spitzner tornou-se mais uma vítima de feminicídio pelo próprio marido, Luis Felipe Manvailer. O caso Tatiane Spitzner, como ficou conhecido, teve ampla cobertura midiática tanto pelos veículos de comunicação quanto nas redes sociais midiáticas. A cobertura do caso feita pela grande mídia, em especial o portal de notícias G1, provocou inúmeras afetações, entre elas a criação da página do Facebook “Todos Por Tatiane Spitzner". Desse fenômeno comunicacional surge nossa pesquisa, que tem como objetivo geral analisar e identificar a formação de circuitos comunicacionais do caso Tatiane Spitzner. Para isso, articulamos os conceitos de circulação (BRAGA, 2008, 2017; FAUSTO, 2018) e de episódios comunicacionais (BRAGA, 2017). Além disso, estabelecemos como objetivos específicos: fazer o mapeamento de notícias publicadas pelo G1; elaborar uma linha do tempo a fim de identificar e delimitar os episódios que tiveram maior repercussão para, posteriormente, serem analisados. Identificamos que as atividades feitas pelos gestores na página se constituem como um dispositivo interacional que possibilitou a circulação adiante, como destaca BRAGA (2017), fazendo circular distintos sentidos e afetações sobre as temáticas jurídicas, violência contra a mulher e midiáticas.