Óleo essencial de eucalipto como bioestimulador da micorrização e do estabelecimento de mudas de eucalipto e sibipiruna em solo contaminado com cobre
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Date
2010-10-08Primeiro membro da banca
Jacques, Rodrigo Josemar Seminoti
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Os fungos ectomicorrízicos (fECM) em associação com o sistema radicular das plantas, auxiliam na absorção de água e nutrientes, proporcionando maior crescimento vegetal, principalmente em ambientes com deficiência nutricional ou
degradados. Os fECM e as plantas ao conviverem em associação mutualística, permitem que os fungos simbiontes se beneficiem, ou pelo menos tolerem, os metabólitos secundários produzidos pelas plantas hospedeiras. É possível que os óleos essenciais extraídos de essências florestais conhecidamente micossimbiontes possam estimular o crescimento de isolados ectomicorrízicos e beneficiar a simbiose fungo-planta. O trabalho teve como objetivos determinar o efeito do óleo essencial de Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden na produção de inóculo de fECM e sua
influência na tolerância dos isolados aos metais pesados cobre, zinco e níquel; e determinar o efeito da utilização do óleo essencial no crescimento de mudas de eucalipto (Eucalyptus grandis) e sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) em casa de vegetação e no estabelecimento de eucalipto em solo contaminado por cobre em condições controladas e a campo. A avaliação do efeito de diferentes concentrações
do óleo essencial de eucalipto no estímulo ao crescimento dos fECM Pisolithus sp. (isolados UFSC Pt 24 e UFSC Pt 188), Pisolithus microcarpus (isolado UFSC Pt 116), Chondrogaster angustiporus (isolado UFSC Ch 163), Scleroderma citrinum
(isolado UFSC Sc 124) e Suillus sp. (isolados UFSM RA 2.2 e UFSM RA 2.8) em meio de cultura líquido MNM, permite observar que a adição do óleo essencial de E. grandis nas concentrações de 20 a 30 μL L-1 promoveu incremento no crescimento miceliano in vitro nos isolados UFSC Pt 24, UFSC Pt 116, UFSC Ch 163, UFSC Sc 124, UFSM RA 2.2 e UFSM RA 2.8. No meio de cultura líquido contendo os metais
pesados cobre, zinco e níquel, observou-se que a adição do óleo essencial na concentração de 20 μL L-1 favoreceu o crescimento de isolados ectomicorrízicos. Avaliando-se a utilização do óleo essencial extraído de folhas de eucalipto sobre a germinação e o desenvolvimento inicial de mudas de eucalipto em condições de viveiro, observou-se que a germinação foi superior quando as sementes foram
pulverizadas com 25 μL L-1 do óleo essencial. A aplicação do óleo essencial nas concentrações de 30 e 40 μL L-1, proporcionou maior desenvolvimento das raízes e da parte aérea das mudas de eucalipto em ambiente controlado. Isso pode ser uma alternativa eficiente na bioestimulação do crescimento vegetativo de mudas de eucalipto. O efeito da utilização do óleo essencial também foi positivo quando
aplicado em mudas de eucalipto micorrizadas após 90 dias de inoculação, favorecendo tanto a micorrização como o crescimento das mudas. Avaliando-se o efeito do óleo essencial de eucalipto na formação de associação ectomicorrízica e no crescimento de mudas de sibipiruna após 90 dias em condições de casa de vegetação, verificou-se que a aplicação do óleo essencial favoreceu a associação
ectomicorrízica, determinada através do porcentual de micorrização, do fungo P. microcarpus e o desenvolvimento em mudas de sibipiruna. Mudas de eucalipto formadas em substrato micorrizado, utilizando o óleo essencial na formulação do inoculante ou via aplicação posterior, resultaram em plantas com maior altura, massa fresca e seca, diâmetro do colo e capacidade de adaptação em solo
contaminado por cobre. Esses resultados demonstram que a utilização do óleo essencial de eucalipto pode favorecer o estabelecimento de associação micorrízica em mudas de sibipiruna, bem como o crescimento e desenvolvimento de mudas de eucalipto em áreas contaminadas por metais pesados.