Percepções sobre crises na conjugalidade em casais de longa duração
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Date
2024-04-04Primeiro membro da banca
Falcke, Denise
Segundo membro da banca
Scorsolini-Comin, Fábio
Metadata
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Ainda que o tempo de duração das relações conjugais venha diminuindo frente ao crescimento
do divórcio, muitos casais seguem juntos ao longo do ciclo de vida. No Brasil e no mundo, há
poucos estudos que investiguem as especificidades da vida conjugal de casais de longa duração.
A presente pesquisa teve por objetivo compreender a percepção de casais de longa duração a
respeito de crises ao longo do ciclo vital familiar. Constituiu-se de uma pesquisa qualitativa,
com delineamento de estudos de caso coletivo, que investigou a experiência conjugal de cinco
casais heterossexuais em uma relação com duração mínima de 30 anos e com filhos. Foram
utilizados como instrumentos de coleta de dados um questionário sociodemográfico, entrevistas
semiestruturadas sobre conjugalidade e a linha do tempo do casal. Para análise dos resultados
utilizou-se a análise temática reflexiva, apresentados e discutidos em dois artigos: “Aprendendo
com os experientes: desafios e recursos que favorecem a conjugalidade em casais longevos” e
“Crises vividas por casais de longa duração ao longo do ciclo de vida familiar”. No primeiro
artigo, foram identificados como fatores associados à crise na conjugalidade abordados em
quatro categorias temáticas: comunicação; aspectos da dinâmica relacional: intimidade e
compromisso; convivência entre o casal: rotina, filhos e lazer; e adversidades contextuais e a
importância do apoio mútuo. A manutenção da conjugalidade esteve associada ao sentimento
de amor, ao respeito, à boa comunicação entre o casal, à preservação da proximidade, ao suporte
mútuo, ao equilíbrio entre individualidade, conjugalidade e parentalidade, lazer a dois, à
importância da rede de apoio e à estabilidade econômica. No segundo artigo, abordaram-se
temas ligados ao ciclo de vida familiar e conjugal em cinco eixos temáticos: (1) Os anos iniciais
da relação; (2) Passagem a parentalidade e convivência com filhos adultos e suas famílias; (3)
Novos papéis geracionais - aposentadoria e tornar-se avós; (4) Cuidados com a saúde e com a
geração anterior; e (5) Conjugalidade madura e perspectivas sobre o futuro a dois. Eventos
como o casamento, nascimento de filhos e conquistas da fase de aquisição foram considerados
positivos para a conjugalidade e perdas de familiares, adoecimento, desemprego e dificuldades
financeiras foram referidos como eventos negativos. Seguir necessários aos filhos na adultez
emergente, lutos frente às separações dos filhos, dificuldades ligadas à insegurança frente às
condições de aposentadoria e a possibilidade em não tornarem-se avós emergiram como temas
relevantes deste estudo. Os resultados evidenciam que os casais de longa duração sustentaram
a relação sob um compromisso afetivo e demonstraram atribuir grande importância à satisfação
conjugal e ao apoio mútuo.
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