Atributos do solo e desempenho da cultura do milho sob diferentes alturas de massa de forragem pós-pastejo
Abstract
A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) refere-se a uma associação entre duas atividades em épocas distintas
do ano na mesma área, em que se envolvem os cultivos agrícolas e a criação animal. O presente trabalho
teve por objetivos: (a) Avaliar a produção de matéria seca e fitomassa remanescente da pastagem
consorciada de inverno (aveia preta, azevém e ervilhaca) sob diferentes alturas de massas de forragem póspastejo;
(b) Comparar a produtividade da cultura do milho sob diferentes alturas de massas de forragem
pós-pastejo e (c) Verificar as alterações nos atributos do solo que os bovinos possam causar no decorrer do
ciclo vegetativo do milho. O experimento foi conduzido no município de Mata RS, em propriedade rural,
durante os anos agrícolas 2009/2010 e 2010/2011, em um Argissolo Vermelho. O delineamento
experimental foi o de blocos ao acaso, utilizando quatro alturas de massa de forragem pós-pastejo: pastejo
convencional (PC), com área de 500 m2, em que não se tinha o controle de deslocamento dos animais e
altura de massa de forragem durante o pastejo; altura de massa de forragem de 0,10 m (M-10); 0,20 m (M-
20), 0,30 m (M-30) e uma área não pastejada (SP). Para atender aos objetivos propostos, o trabalho foi
dividido em três partes. A primeira parte foi realizada avaliando em duas épocas do ano agrícola, a
densidade do solo, microporosidade, macroporosidade e porosidade total nas profundidades de 0,0-0,025;
0,025-0,05; 0,05-0,10 e 0,10-0,15 m, bem como a taxa de infiltração de água no solo, resistência mecânica
do solo à penetração e teores de fósforo, potássio e matéria orgânica do solo. Quando manejada
corretamente a presença dos animais em áreas de pastagem, não ocorrerá interferência negativa nos
atributos físicos e químicos do solo. Após o ciclo de pastejo, não houve alterações nos atributos físicos do
solo, o que não interferiu na taxa de infiltração de água no solo e resistência mecânica do solo à penetração.
Os teores de matéria orgânica do solo mantiveram-se em progressão nos dois anos de avaliação em ambas
as camadas avaliadas, o que não ocorreu com os teores de fósforo e potássio, havendo uma diminuição nos
teores destes nutrientes em todas as camadas avaliadas. Na segunda parte do estudo, foram realizadas
avaliações agronômicas e componentes de produção da cultura do milho. As alturas de massas de forragem
pós-pastejo em 2009/2010 não afetaram o rendimento de matéria seca do milho, não se repetindo em
2010/2011, devido à baixa disponibilidade hídrica que ocorreu na região. Os componentes de rendimento
da cultura do milho a MMG e o NGE foram influenciados negativamente pelas diferentes alturas de massa
de forragem pós-pastejo, no ano de baixa disponibilidade hídrica. As menores alturas de massas de
forragem pós-pastejo (M-10 e PC) não fornecem o aporte ideal de palhada para o SILP-PD para culturas
subsequentes. Na terceira parte do trabalho, avaliaram-se atributos referentes à pastagem (altura da planta,
massa de forragem disponível e massa final da forragem) e à dinâmica de produção de forragem em
pastagem de aveia-preta (Avena strigosa Schreb), azevém (Lolium multiflorum Lam) e ervilhaca (Vicia
villosa L.) manejada em diferentes alturas de massa de forragem pós-pastejo. O objetivo dessa parte foi
identificar qual a melhor altura de massa de forragem para produção de fitomassa aérea, o efeito do pastejo
na massa radical e a taxa de decomposição das forrageiras hibernais após diferentes alturas de massa de
forragem pós-pastejo. As diferentes alturas de massa de forragem pós-pastejo podem ter limitações na
massa final da forragem, sendo que os tratamentos M-20 e M-30 atingem a palhada ideal para realização da
semeadura direta nas áreas pastejadas.