Diversidade de minhocas e sua relação com ecossistemas naturais e alterados no estado do Rio Grande do Sul
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2012-06-22Metadatos
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O conhecimento sobre a diversidade de minhocas no Estado do Rio Grande do Sul (RS),
assim como no Brasil, está muito aquém da diversidade estimada pelos taxonomistas. O
trabalho teve como objetivos: 1) avaliar a diversidade de minhocas em ecossistemas de três
regiões do Estado do RS; 2) caracterizar propriedades físicas e químicas do solo, tipo de
vegetação e uso da terra; e 3) determinar o potencial de uso de uma solução atóxica para
extração de minhocas do solo, como forma de reduzir os impactos ambientais sobre os
ecossistemas avaliados. Realizou-se levantamento qualitativo de minhocas, através da retirada
de monólitos e triagem manual, em 15 diferentes ecossistemas. As coletas foram realizadas em
29 municípios das regiões noroeste, central e sudoeste do Estado do RS, totalizando 77 locais
amostrados. A identificação das espécies foi realizada com base em parâmetros morfológicos
e/ou moleculares. Vinte e uma espécies de minhocas foram encontradas, pertencentes às
famílias Glossoscolecidae (10), Ocnerodrilidae (4), Megascolecidae (4), Acanthodrilidae (1),
Lumbricidae (1) e Criodrilidae (1). Destas, dez corresponderam a novos registros, pertencentes
aos gêneros Glossoscolex (6), Fimoscolex (1), Kerriona (1), Eukerria (1) e uma nova espécie da
família Criodrilidae. A ocorrência das espécies de minhocas apresentou relação com o tipo de
ecossistema avaliado, sendo observada maior diversidade em áreas de fragmento de mata
nativa e campo nativo. A maioria das espécies nativas (Urobenus brasiliensis, Fimoscolex n. sp.
1 e Glossoscolex sp.) predominou em ecossistemas pouco alterados pelo homem, enquanto
que as espécies exóticas (Amynthas gracilis, Amynthas rodericensis, Metaphire californica,
Aporrectodea trapezoides) e peregrina (Pontoscolex corethrurus) predominam em áreas com
maior grau de antropização. O grau de perturbação dos ecossistemas e o uso do solo
interferem na presença de minhocas, seguido pelas características físicas e químicas do solo. O
gene nuclear 28S rDNA, assim como os genes mitocondriais 16S e subunidade I da citocromo
c oxidase foram ferramentas importantes para caracterização molecular das minhocas. As
avaliações do potencial do extrato de cebola como solução extratora de minhocas do solo
demonstraram que a concentração de 175 g L-1 de extrato apresenta capacidade semelhante à
solução extratora padrão (formaldeído 0,5%) na extração de minhocas em solos de textura
argilosa e arenosa. Os resultados obtidos neste trabalho evidenciaram que o Estado do Rio
Grande do Sul apresenta diversidade de minhocas superior à conhecida atualmente,
justificando a importância de estudos da diversidade de organismos do solo em ecossistemas.