Emissão de amônia e dinâmica do nitrogênio no solo com parcelamento da dose e adição de inibidor de nitrificação em dejetos de suínos
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2012-04-27Metadatos
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Os dejetos líquidos de suínos (DLS) são utilizados, principalmente, como fertilizante de culturas
comerciais na região Sul do Brasil, onde predomina o manejo do solo em sistema de plantio direto (SPD).
Assim, a aplicação desses dejetos na superfície do solo pode potencializar as perdas de nitrogênio (N) por
volatilização de amônia (NH3), levando a redução no potencial fertilizante dos dejetos e ao aumento da
poluição ambiental. Além disso, como os DLS são ricos em N amoniacal fácil e rapidamente pode ocorrer
nitrificação e o nitrato gerado vir a ser perdido também por lixiviação ou desnitrificação. Faz-se necessário
então buscar alternativas para mitigar essas perdas de N e maximizar o potencial fertilizante dos DLS. Uma
possibilidade de viabilizar maior eficiência fertilizante e menor potencial poluente dos dejetos de suínos é
realizar a aplicação de forma parcelada no solo, enquanto outra estratégia é a inibição do processo de
nitrificação, por meio do uso de um produto inibidor de nitrificação (IN). Dessa forma, a quantidade de N
amoniacal aplicada na superfície do solo seria dividida em frações menores do que com aplicação única dos
dejetos, minimizando as perdas por volatilização de NH3 e com o retardamento no aparecimento de nitrato
(NO3
-) a transferência desse ânion para camadas inferiores do solo. Para avaliar esses aspectos, os
experimentos foram conduzidos em um Argissolo manejado em SPD, no ano agrícola 2010/2011, no
campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os tratamentos foram dispostos em blocos ao
acaso e avaliados na cultura do milho, verão 2010/2011, e do trigo, inverno 2011, constando da aplicação
de DLS em dose única (pré-semeadura) e parcelada (1/3 em pré-semeadura e 2/3 em cobertura), com e sem
o uso do inibidor de nitrificação dicianodiamida (DCD), presente no produto Agrotain® Plus (81 % de
DCD) e aplicado em 7,0 kg ha-1. Além destes, foram avaliados um tratamento com a dose recomendada de
N ureia para as duas culturas e um tratamento testemunha, sem o uso de fertilizante. A NH3 volatilizada foi
captada no interior de câmaras estáticas semiabertas, contendo esponja embebida com a mistura de ácido
fosfórico e glicerina. Amostras de solo foram coletadas um dia após a instalação dos experimentos e em
dias subsequentes para possibilitar a detecção das transformações de N inorgânico no solo durante o cultivo
de ambas as culturas. Essas amostras foram analisadas para N amoniacal e nítrico, conforme Tedesco et al.
(1995). O inibidor de nitrificação (DCD) preservou o N dos dejetos aplicados ao solo na forma amoniacal
sem aumentar a emissão de NH3 para a atmosfera, enquanto o parcelamento ou não da dose de dejetos não
diferiu na quantidade de NH3 volatilizada e na percolação de nitrato no solo.