A branquitude na obra “A integração do negro na sociedade de classes” de Florestan Fernandes: uma releitura crítica dos estudos raciais no Brasil
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Data
2023-02-07Primeiro membro da banca
Cardoso, Lourenço da Conceição
Segundo membro da banca
Ferreira, Laura Senna
Metadata
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Os estudos que trazem a branquitude como objeto de pesquisa problematizam questões
para além dos privilégios sociais, econômicos e simbólicos concedidos a indivíduos de pertença
racial branca: a branquitude atrela-se a um modo de entender e classificar o mundo, o qual
encontra suas raízes no projeto colonial. Historicamente, o grupo racial branco tem mantido sob
seu domínio uma vantagem discursiva; por isso, coloca-se em questão o próprio modo como as
relações raciais vêm sendo apreendidas dentro desse referido campo de estudo. Inserido nesse
debate, o presente trabalho possui como tema a branquitude na produção sociológica sobre as
relações raciais no Brasil e busca analisar a branquitude de Florestan Fernandes (1920-1995)
na obra A integração do negro na sociedade de classes - Vol. 1 (1965). Frente a isso,
desdobram-se os seguintes objetivos específicos: debater teoricamente a branquitude,
estabelecendo indicadores que possam auxiliar a mensurá-la sociologicamente; após isso,
procura-se identificar se há a presença desses indicadores na referida obra. Opta-se por operar
por meio da orientação teórico-metodológica dialética, atentando que dimensões concretas e
objetivas influem e são influenciadas por disputas políticas, ideológicas, epistêmicas, etc., e que
a dominação via superestrutura torna-se a forma pela qual o grupo dominante assegura seu
domínio. Entendendo saberes contra-hegemônicos como possibilidades à renovação e
diversidade ontológica, algo grifado pela perspectiva foucaultiana, pelo feminismo negro e por
intelectuais pós-coloniais e decoloniais, a contribuição teórica de Lélia Gonzalez (1935-1994)
e Guerreiro Ramos (1915-1982) auxilia essa pesquisa de forma ímpar, dado que, numa época
muito próxima a Fernandes, produziram outros olhares a respeito das questões raciais no Brasil.
Dessa forma, a pesquisa possui objetivos de cunho científico e social, contribuindo para a
ampliação dos debates críticos sobre branquitude e incentivando o potencial horizonte analítico
de diferentes apreensões acerca das relações raciais no país.
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