Significados e experiências de internação em unidade de terapia intensiva para gestantes e puérperas: Revisão narrativa da literatura
Resumo
Durante a gestação, o organismo materno vivencia inúmeras alterações fisiológicas na
tentativa de se adaptar às necessidades do produto de concepção em desenvolvimento.
Durante essa fase pode se desenvolver intercorrências como síndromes hipertensivas
relacionadas à gestação, síndromes hemorrágicas, insuficiência respiratória, as quais
demandam um cuidado especializado no período gravídico-puerperal. Nesta direção, o
objetivo deste estudo é conhecer a produção científica acerca dos significados e experiências
de internação em Unidade de Terapia Intensiva para gestantes e puérperas. Trata-se de uma
revisão narrativa da literatura, desenvolvida a partir da seguinte questão de revisão: Quais os
significados e experiências de internação em Unidade de Terapia Intensiva para gestantes e
puérperas disponíveis na literatura? Foram estabelecidos como critérios de inclusão:
pesquisas publicadas em português, inglês ou espanhol, e que respondessem à questão de
revisão. E critérios de exclusão: estudos que incluíssem gestantes e/ou puérperas internadas
em UTI por outras causas, que não sejam relacionadas ao ciclo gravídico-puerperal. Não foi
estabelecido recorte temporal, tendo em vista não limitar o número de artigos a serem
recuperados nas buscas. O levantamento dos estudos nas fontes de dados foi realizado no
mês de maio de 2024 nos Portais eletrônicos: Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde,
PubMed e Portal de periódicos da CAPES e nas bases de dados: Scopus e Web Of Science.
A análise dos dados extraídos dos artigos foi realizada mediante a análise de conteúdo
temática de Minayo, permitindo agrupá-los em três categorias. A primeira – Sentimentos e
vivências durante a internação: do medo do desconhecido e da morte à necessidade de
adaptação – descreve uma combinação de emoções, sendo o medo da morte um dos
sentimentos mais marcantes. Também destaca experiências desagradáveis durante as
internações como a restrição quanto ao contato com seus bebês. A segunda – Relações com
a equipe da UTI: diálogo, respeito e confiança – aponta que o cuidado recebido pelas
mulheres, por parte da equipe foi evidenciado pela preocupação com seu conforto e bem
estar, e pela gentileza e apoio, fundamental para o processo de recuperação. A terceira e
última categoria – Cuidado de enfermagem as gestantes e puérperas internadas em UTI –
apresenta elementos significativos quanto a capacidade do enfermeiro de assistir as mulheres
para além das suas demandas físicas. Os cuidados de enfermagem foram identificados como
cruciais para a recuperação, enfatizando a necessidade de relações baseadas em respeito,
comunicação eficiente e sensibilidade às necessidades emocionais das pacientes. A pesquisa
também frisou a importância do suporte emocional e espiritual. Conclui-se que o cuidado no
cenário da terapia intensiva para este grupo específico exige uma abordagem multidisciplinar,
conhecimento técnico especializado e sensibilidade, visando sempre a promoção da saúde e
a minimização de riscos, proporcionando um atendimento de excelência e contribuindo para
desfechos positivos tanto para a mãe quanto para o bebê. O estudo reforça a necessidade de
investimentos contínuos em saúde materna, treinamento da equipe de saúde e de
enfermagem para melhorar a assistência obstétrica e garantir a qualidade de vida das
gestantes e puérperas que vivenciam situações de morbidade materna grave.
Coleções
- TCC Enfermagem - PM [90]
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