Políticas avaliativas da pós-graduação em educação brasileira: uma hermenêutica do trabalho docente
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2015-08-17Metadatos
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A presente tese de doutorado com o título Políticas Avaliativas da Pós-Graduação em Educação Brasileira: Uma Hermenêutica do Trabalho Docente foi desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. O trabalho tem como objetivo principal uma análise das possíveis transformações proporcionadas pela construção avaliativa da pós-graduação brasileira em educação na formação docente e produção do conhecimento, através de um olhar hermenêutico. As relações e rumos do processo formativo do pesquisador através da pesquisa acadêmica foram analisados, assim como a produção científica e produtividade como uma característica regulatória do Estado-avaliador. Para tanto, busca-se como base empírica, a contextualização desses índices de avaliação e suas tendências. Portanto, foram analisados os documentos e planilhas emitidos pela área de Educação nos últimos dois triênios de avaliação CAPES (2007-2009; 2010-2012) bem como o Plano Nacional de Pós Graduação (2010-2020). A partir deste contexto avaliativo o texto propõe o seguinte questionamento: Em que medida a política instrumental de avaliação de resultados da pós-graduação brasileira pela CAPES interfere na formação docente e na produtividade da pesquisa acadêmica no Brasil em Educação? Por isso o tema discutido neste trabalho tem como referências teóricas principais as teorias de Jürgen Habermas, a partir de seus livros Verdade e Justificação, Ciência e Técnica como Ideologia e o artigo A Ideia de Universidade: processos de aprendizagem. No tema da reificação, a exposição de Axel Honneth é trabalhada principalmente a partir seu livro Reificación: um estudio en la teoría de reconocimiento e o artigo complementar a este estudo intitulado Observações sobre a reificação. A produção do conhecimento na academia é articulada pelo Estado, como uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento econômico do país. Observa-se esse fenômeno quando a formação do docente na pesquisa (sujeito) se manifesta instrumentalmente como um agente empreendedor (objeto), abrindo mão de sua essência social e sua autoconsciência. O posicionamento e a argumentação dos pesquisadores em educação, independentemente de seu forte embasamento, não sensibiliza e penetra efetivamente o tecido político com força suficiente e como fator determinante para modificar esse estado de coisas, através de uma ação efetiva de formação emancipatória. A crítica ao sistema de avaliação realizada por este trabalho sugere uma mudança de paradigma na busca da equidade entre ciência e humanidades e a readequação do olhar avaliativo em relação aos índices de produção. Esta concepção é apresentada a partir de uma visão colaborativa de formação, construção e avaliação do conhecimento acadêmico e seus produtores.