Fatores contextuais e uso de serviços odontológicos preventivos em adultos jovens do sul do Brasil: uma coorte de 5 anos
Fecha
2025-03-18Primeiro membro da banca
Amaral Júnior, Orlando Luiz do
Segundo membro da banca
Dalla Nora, Ângela
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Este estudo de coorte prospectiva teve como objetivo avaliar se variáveis contextuais do bairro
de moradia influenciam o uso de serviços odontológicos preventivos em adultos jovens do sul
do Brasil, ao longo de um período de 5 anos de acompanhamento. O estudo está vinculado a
um levantamento epidemiológico transversal, de base populacional, realizado em 2018, que
avaliou as condições de saúde bucal de adolescentes de 15 a 19 anos de idade do município de
Santa Maria, RS (T1). Dos 1.197 indivíduos inicialmente incluídos, 570 foram reavaliados após
um período médio de 5 anos (T2), resultando em uma taxa de retenção de 47,6%. A coleta de
dados envolveu a aplicação de questionários estruturados que abordaram características
demográficas e socioeconômicas, bem como variáveis relacionadas ao uso de serviços
odontológicos, incluindo o motivo da última consulta odontológica. Também foi registrado o
endereço dos participantes. Para cada um dos 42 bairros do município, foram coletados, no T1,
os seguintes dados oficiais do Instituto de Planejamento de Santa Maria e do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística: renda média, porcentagem de habitantes alfabetizados, porcentagem
de ruas pavimentadas, porcentagem de residências com sistema de esgoto, e cobertura de
serviços odontológicos públicos. O desfecho do estudo foi a última visita ao dentista para
prevenção, considerando respostas positivas em ambos os momentos (T1 e T2). As variáveis
preditoras principais foram as variáveis contextuais do bairro de moradia. Modelos de regressão
de Poisson multinível foram utilizados para investigar se variáveis contextuais do bairro
influenciam o desfecho do estudo. Modelos não ajustados e ajustados foram realizados para
estimar o risco relativo (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC). Variáveis de nível
individual foram incluídas nos modelos ajustados como variáveis de ajuste. Dos 570
participantes reavaliados, 26,5% relataram que a última visita ao dentista foi para cuidados
preventivos tanto no T1 quanto no T2 (n=151). Após o ajuste para variáveis individuais (idade
e status socioeconômico), participantes residentes em bairros com renda média acima da
mediana (RR=1,29; IC 95%=1,05–1,57; p=0,01), níveis mais altos de alfabetização (RR=1,33;
IC 95%=1,01–1,74; p=0,04), maior percentual de ruas pavimentadas (RR=1,33; IC 95%=1,04–
1,70; p=0,02), melhor cobertura da rede de esgoto (RR=1,43; IC 95%=1,07–1,91; p=0,02), ou
com cobertura de Estratégia Saúde da Família (RR=1.60; IC 95%=1.27–2.02; p<0.001)
apresentaram maior probabilidade de relatar que a última consulta odontológica foi para
prevenção. Em conclusão, este estudo de coorte mostrou que variáveis do bairro influenciaram
o uso de serviços odontológicos preventivos por adultos jovens do sul do Brasil, mesmo após o
ajuste para variáveis de nível individual, destacando assim a importância do contexto em que
os indivíduos vivem em seus hábitos relacionados à saúde bucal.
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