Transmissibilidade da vibração e distribuição da pressão na interface assento-operador de tratores agrícolas em condições dinâmicas
Abstract
As alterações substanciais introduzidas no trabalho agrícola, impulsionadas por aumentos
adicionais de produtividade nas máquinas agrícolas são a base deste estudo. O trator é a
máquina mais usada nas atividades agrícolas, por concentrar a maioria das ações físicas e
mecânicas para executar essas atividades. O assento do trator é um dos mais importantes
fatores a ser considerado no projeto do posto de trabalho, pois é o local onde o operador
permanece por mais horas. O objetivo deste estudo foi analisar a transmissibilidade das
vibrações e a distribuição da pressão na interface assento-operador em dois tipos de bancos de
tratores agrícolas, em duas regulagens de suspensão, em três velocidades de deslocamento e
três diferentes tipos de micro-relevos. Foram realizados experimentos simultâneos a campo
com medição da amplitude das vibrações e da distribuição da pressão na superfície de contato
entre o homem e o banco em trajetos de 40 metros em três distintas áreas, consolidada,
lavrada e asfáltica, em três velocidades médias, 4,66, 5,57 e 6,58 km/h. Os dados da
exposição do operador à vibração de corpo inteiro foram obtidos através do sistema RT Pro
Photon 6,30, que executa simultaneamente leituras nos eixos triaxiais x, y e z e para medir a
distribuição da pressão foi utilizada uma manta sensorizada do sistema X-sensor.
Posteriormente, foram calculados os parâmetros que permitiram a avaliação da
transmissibilidade das vibrações, assim como da distribuição das pressões do tronco dos
operadores no assento do banco. Foi realizada a Análise de Variância (ANOVA) e Teste de
Duncan. O nível de significância aceito foi de 95% de confiabilidade. Concluiu-se que nas
áreas consolidada e lavrada as acelerações eficazes ultrapassaram o limite superior da zona de
pouco desconforto da norma 2631-1:1997 e que a amplitude efetiva da transmissibilidade das
vibrações aumentou nas frequências de 2,5 e 12,5 Hz. Os limites máximos conforto e de
trabalho diário de 8 horas foram ultrapassados pelas magnitudes das acelerações eficazes na
totalidade dos ensaios e pelas acelerações em mais de uma direção, nas faixas de frequência
de 2,5 e 5 Hz nas áreas consolidada e lavrada. Os valores das pressões médias do banco B1
foram em torno de 25% menores que as pressões médias do banco B2 nas áreas consolidada e
lavrada e sua distribuição ocorreu de maneira semelhante entre os dois bancos, independente
do tipo de regulagem da suspensão. A capacidade dinâmica de atenuar as mudanças
repentinas de pressão do banco B1 foi superior na regulagem R1 e no banco B2, na regulagem
R2, sendo que no solo lavrado a regulagem R2 do banco B2 apresentou uma capacidade 50%
menor do que a regulagem R1. As áreas de efetivo contato na interface banco-operador foram
20% maiores no banco B1 que no banco B2.