Relações entre atributos do solo e uso de água em arroz irrigado
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2011-03-23Metadatos
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O conhecimento do volume de água utilizado em lavouras orizícolas é de fundamental
importância para a solução de problemas relativos à distribuição da água entre os usos
múltiplos e à concessão da outorga. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi quantificar o
volume de água usado em lavouras orizícolas, por meio de métodos simplificados de
medição de vazão em áreas de diferentes regiões produtoras no sul do Rio Grande do Sul,
como subsídio à gestão de recursos hídricos e relacioná-lo com atributos do solo. O estudo
foi implantado em quatro municípios, produtores de arroz irrigado, no Estado do Rio Grande
do Sul: Cacequi, Cachoeira do Sul, Manoel Viana e Santa Maria, totalizando sete áreas com
extensões entre 0,66 a 30,1 hectares. Foi calculada a vazão e classificado o solo de cada
área de várzea. A metodologia de medição de vazão consistiu na instalação de estruturas
hidráulicas simples. As estruturas foram instaladas nos canais de irrigação e em alguns de
drenagem. Esta metodologia transforma a vazão em volume por meio de equações
empíricas. Posteriormente o volume monitorado foi comparado ao volume do balanço
hídrico real para a validação do método de medição de vazão (automonitoramento). Foi
realizada a caracterização do solo através da descrição de perfil para a obtenção dos
horizontes pedogenéticos. Em seguida, foram realizadas análises físicas, em laboratório,
para determinar parâmetros como a densidade (do solo e de partícula), a porosidade
(macro, micro e total), a textura (argila, silte e areia), a condutividade hidráulica saturada, e
as análises químicas como pH do solo, cálcio, magnésio, alumínio, saturação (bases e
alumínio).A taxa de infiltração de água no solo foi realizada à campo e obtida por meio do
infiltrômetro de duplo anéis concêntricos. A classificação dos solos foi determinada até o
quarto nível categórico adotada pelo SBCS (EMBRAPA, 2006). Os resultados mostraram
similaridade na comparação entre a técnica de automonitoramento e o balanço hídrico real.
Ocorreram apenas duas classes de solo: Planossolos e Gleissolos. A relação entre a
espessura da camada arenosa e o volume de água utilizado na irrigação foi diretamente
proporcional. Já a fração argila e o volume foi inversamente proporcional. A maioria das
áreas apresentaram alta densidade do solo e baixa porosidade total. A classificação da
condutividade hidráulica saturada foi de muito lenta à lenta. As áreas que apresentaram
maiores taxas de infiltração, no início do teste foram: Cacequi (Plantio Direto) e Cachoeira
do sul (Convencional). Na primeira, devido à elevada concentração de areia, e, na segunda
pelo revolvimento da superfície do solo antes do teste de infiltração. Desta forma, conclui-se
que a técnica de automonitoramento foi validada. A área de Manoel Viana apresentou
volume discrepante das demais. A quantificação do volume de água usado depende quase
exclusivamente da classe de solo e muito pouco do sistema de cultivo. Um aumento no teor
de argila na camada subjacente à camada arenosa diminui o volume de água na irrigação. A
área que não apresentou o horizonte B registrou o maior volume utilizado. Os dados de
densidade do solo, porosidade total, condutividade hidráulica saturada e infiltração não
tiveram comportamento semelhante em todas as áreas avaliadas.