Viabilidade do cultivo da cana-de-açúcar irrigada para a produção de etanol
Date
2016-10-07Metadata
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O potencial de produção do mercado sucroalcooleiro e o aumento na demanda por etanol fazem da cana-de-açúcar a mais importante fonte de biomassa energética para a agroindústria brasileira. Esse estudo teve como objetivo avaliar o desempenho técnico e econômico da cultura da cana-de-açúcar submetida a diferentes níveis de manejo de irrigação suplementar para a produção de etanol na Região Central do RS. Desenvolvido na área experimental do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria-RS nas safras agrícolas nos anos 2013-2014 e 2014-2015. Os tratamentos foram compostos por quatro lâminas de irrigação suplementar: 30, 60, 90 e 120% da ETc e com testemunha sem irrigação. A variedade utilizada foi de ciclo precoce RB93-5581, plantada em 14 de novembro de 2013. O desenho experimental foi blocos ao acaso, com seis repetições. Cada unidade experimental foi constituída por 4 linhas com espaçamento de 1 m e 5 m de comprimento, cada bloco com 20 m2 e a área total de 600 m2. O manejo da irrigação foi realizado com base na evapotranspiração da cultura, conforme a metodologia proposta pela FAO. O sistema de irrigação utilizado foi localizado por gotejamento, com espaçamento entre cada emissor de 0,2 m e vazão de 0,8 L h-1 e a frequência de irrigação foi a cada sete dias. Foi realizada a análise química e física do solo. O monitoramento da umidade do solo foi pela reflectômetria no domínio do tempo (TDR). Avaliaram-se os seguintes parâmetros: perfilhamento, altura das plantas, diâmetros, área foliar, massa total, massa seca, rendimento, os parâmetros tecnológicos e, também foi realizado a viabilidade econômica. O maior rendimento foi na cana soca, com 190 t ha-1, no tratamento 60% da ETc e, o menor rendimento foi na cana planta, no tratamento de sequeiro, de 158,80 t ha-1. A diferença entre o maior e o menor rendimento foi de aproximadamente 11% e 7%, na cana planta e soca, respectivamente. A taxa da máxima eficiência técnica foi no rendimento de 78% da ETc. A massa total e a massa seca obtiverem incremento de 20% e 25% em cana soca, respectivamente. Os maiores número de perfilhos, de área foliar e de número de folhas verdes foi no tratamento 120% da ETc. O deficit e o excesso de umidade afetaram o número de perfilhos, a altura da planta, os diâmetros do colmo, a área foliar, a massa total, a massa seca, o rendimento e os parâmetros tecnológicos para a produção de etanol. Na cana planta em sequeiro e sob irrigação, o custo variável representou 54,40% e 66,81% e o custo fixo de 45,60% e 33,19%, respectivamente. A diferença do custo de produção em sequeiro e sob irrigação foi de 27,23% e 57,20%, para a cana planta e soca, respectivamente. Apresentaram viabilidade econômica, a cana-de-açúcar cultivada em sequeiro e com 60% da ETc, apresentando diferença no custo de produção de 53,94% e do lucro líquido de 52,20%, com retorno financeiro no ano de implantação e com 4 anos e 4 meses, respectivamente.