Matéria orgânica do solo em plantios de Pinus taeda e P. elliottii em duas regiões do Rio Grande do Sul
Fecha
2008-07-28Metadatos
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O monitoramento da qualidade do solo em florestas plantadas, através do uso de
indicadores eficientes, é importante para a não degradação do mesmo nas práticas
de manejo e para a avaliação dos possíveis acréscimos/decréscimos na quantidade
de carbono armazenado. Objetivou-se avaliar as variações no teor e estoque de
carbono e nitrogênio nas frações total (COT e NT), particulada (COP e NP) e
associada aos minerais (COAM e NAM), em quatro povoamentos de Pinus taeda L.,
nos Campos de Cima da Serra-RS (CCS) e quatro de Pinus elliottii Engelm., na
Depressão Central-RS (DC) sob condições diferenciadas de solo e manejo florestal.
Avaliou-se como testemunhas um campo natural queimado anualmente (CNQA) e
uma Floresta Ombrófila Mista (FOM) nos CCS; campo natural roçado e não
queimado (CN) e uma Floresta Estacional Decidual (FED) na DC. Em cada uma
dessas áreas, doze amostras de serapilheira e doze de solo (subamostras: 0-10; 10-
20; 20-40 e 40-60 cm) foram coletadas. Em laboratório, foram realizados o
fracionamento físico e a análise do solo, em relação ao carbono e nitrogênio nas
diferentes frações obtidas, pH e densidade do solo, bem como do teor de C e N na
serapilheira. Nos CCS, as áreas com Pinus taeda alcançaram os maiores valores de
serapilheira acumulada, proporcional ao tempo de uso da área com plantio e
também ao manejo adotado para os resíduos. O acúmulo de carbono na serapilheira
foi influenciado pela biomassa da mesma, com teores pouco diferindo entre as áreas
com Pinus taeda e FOM, sendo menores no CNQA. Os teores de N foram
superiores na FOM e nas áreas de Pinus taeda com vegetação original de FOM, em
relação ao CNQA e Pinus taeda em área originalmente CNQA. O acúmulo de
carbono no solo mostrou, para a fração total, predomínio em áreas onde a biomassa
de resíduos foi queimada e retirada, na FOM e CNQA, respectivamente. O CNQA,
por sua vez, apresentou os maiores estoques de COP, juntamente com a área de
queima de biomassa em área original de FOM. O COAM esteve armazenado em
maior quantidade nas mesmas áreas de predomínio do COT. O acúmulo de carbono
esteve associado ao C-carvão proveniente das queimas e às adições da
serapilheira, resíduos de colheita e à renovação de raízes. A variação dos teores de
nitrogênio foi muito semelhante à do carbono, em profundidade e entre os
tratamentos, ocorrendo apenas uma situação de consumo de N da fração mineral no
Pinus taeda. Os plantios de Pinus taeda em área original de FOM são
predominantes no acúmulo de N, assim como a própria FOM testemunha. Em
função da sua origem e constituição, o COP apresenta maiores relações C/N. Nos
tratamentos estudados na DC, o acúmulo de serapilheira foi maior nas áreas com
Pinus elliottii, mas não proporcional à idade dos plantios, em função de diferenças
de qualidade de sítio. Esse aspecto também influenciou o baixo teor de carbono na
área de 24 anos, mesmo com maior acúmulo de serapilheira e teor médio de N. O
potencial de acúmulo de carbono sobre o solo é maior nas áreas com plantios
florestais em relação às testemunhas. Os valores de pH são maiores na camada
superficial do solo, para todos os tratamentos. As áreas com cultivo de Pinus elliottii
têm pH levemente menores que as testemunhas. No solo das áreas na DC, os
maiores teores de carbono, em ambas as frações, ocorreram na FED e nos plantios
de Pinus elliottii, tendo o solo do CN apresentado os menores teores. Ao nível de
estoques, o CN apresentou-se em condições semelhantes aos demais tratamentos
(COT), mas foi inferior no acúmulo de COP. Os teores de N em ambas as frações
foram superiores no solo da FED, ficando os plantios de Pinus elliottii e CN com
teores intermediários. O CN e a FED estocaram mais NT, sendo a área de 24 anos a
menor estocadora. A relação C/N apresentou valores maiores na fração particulada,
principalmente nas áreas com Pinus elliottii. Em função do pequeno número de
rotações de cultivo florestal realizadas nas áreas até então, nas duas regiões, as
características originais do solo ainda prevalecem, porém já sendo possível perceber
alterações em função da deposição de resíduos e do manejo realizado na
vegetação.