Micropropagação e analise da anatomia foliar de Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) J. Mattos
Resumo
Handroanthus chrysotrichus é uma espécie florestal nativa do Brasil, que apresenta diversos aspectos importantes tanto sob o ponto de vista econômico, pela produção de produtos madeiráveis, como, também, ecologicamente, uma vez que é indicada para a recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente. As sementes desta espécie apresentam problemas referentes à perda da viabilidade quando submetidas ao armazenamento. Sendo assim, a micropropagação emerge como uma alternativa de propagação para a espécie. No entanto, algumas características inerentes às plantas cultivadas in vitro podem promover alterações fisiológicas e anatômicas nos tecidos mantidos nessas condições. Desse modo, o objetivo deste estudo foi avaliar aspectos relacionados à micropropagação e à anatomia foliar de H. chrysotrichus. Primeiramente, foram realizados testes de sanidade e germinação nas sementes provenientes de diferentes lotes desta espécie. Já para a multiplicação in vitro de explantes de H. chrysotrichus foram testadas diferentes fontes e concentrações de citocininas combinadas ou não à auxina, bem como a influência da execução de sucessivos subcultivos nas taxas de multiplicação. Também foram avaliados aspectos relacionados à senescência foliar de brotações desta espécie conservadas in vitro em meio nutritivo WPM. Em relação ao enraizamento in vitro, testaram-se diferentes concentrações de Ácido 3-Indolbutírico - AIB combinadas à presença ou ausência de vermiculita no meio nutritivo ½WPM e, posteriormente, avaliou-se a aclimatização ex vitro das plantas micropropagadas. Por fim, foi realizado o ensaio visando comparar a anatomia foliar de plantas de H. chrysotrichus cultivadas in vivo, in vitro ou aclimatizadas. Os lotes de sementes de H. chrysotrichus apresentaram diferenças na qualidade sanitária e capacidade geminativa das sementes. Na multiplicação in vitro de H. chrysotrichus, o uso de citocininas foi considerado dispensável. Foram obtidas elevadas taxas de multiplicação in vitro em H. chrysotrichus, quando considerada a formação in vitro de gemas. Quanto à senescência foliar, a espécie demonstrou grande potencial, podendo permanecer longos períodos no mesmo meio nutritivo. Houve rizogênese in vitro em mais de 50% das brotações cultivadas na presença de vermiculita, independentemente das concentrações de AIB. Não foi possível promover a aclimatização das plantas micropropagadas de maneira satisfatória, sendo que apenas 7,12% das mudas sobreviveram. Foram verificadas diferenças na anatomia foliar de plantas desenvolvidas in vivo, in vitro ou aclimatizadas. Os resultados obtidos poderão contribuir com informações a respeito de H. chrysotrichus quanto a aspectos relacionados ao seu cultivo in vitro e anatomia foliar dos tecidos cultivados em diferentes ambientes.