A gestão da cadeia de suprimentos das redes regionais de varejo de frutas, legumes e verduras no Rio Grande do Sul
Resumo
Este trabalho procura verificar o que condiciona a adoção das estruturas de
governança na formação e gestão das cadeias de suprimentos das redes de varejo
de frutas, legumes e verduras no estado do Rio Grande do Sul. Para tanto, a
principal questão que norteia a pesquisa é: Quais as motivações que levam às
estruturas de governança adotadas nas cadeias de suprimentos de organizações
varejistas para FLV? O arcabouço teórico utilizado para auxiliar na compreensão dos
complexos relacionamentos estabelecidos no ambiente competitivo moderno está
baseado, sobretudo, na Nova Economia Institucional, na Teoria dos Custos de
Transação, na abordagem da Gestão da Cadeia de Suprimentos e nas Estratégias
Competitivas das empresas organizadas em redes. Como nível de análise adota-se
a cadeia de suprimentos das empresas varejistas, desde a perspectiva da cadeia
interna até os arranjos interorganizacionais. A opção metodológica feita para esta
investigação é o Estudo de Caso, sendo que foram analisadas três redes regionais
de varejo e seis fornecedores, abrangendo cinco mesorregiões do Estado. A escolha
do recorte no que diz respeito à seção de frutas, legumes e verduras está
relacionada com as particularidades especialmente desafiadoras na distribuição do
departamento de perecíveis e à crescente busca por saúde através da ingestão de
alimentos mais sadios, funcionais e com bons aspectos nutricionais. Essa conjuntura
tem refletido no aumento da demanda desses produtos e na reorganização de toda
cadeia produtiva, atingindo, especialmente, o elo inicial considerado nesse estudo:
os agricultores. Como resultados verifica-se que as redes de varejo ao realizarem a
gestão das suas cadeias de suprimentos utilizam estruturas de governança híbridas
com diferentes níveis de coordenação, considerando os atributos das transações.
Mas, também, condicionadas pelas características impostas pela estratégia genérica
adotada em cada rede como forma de atender seus consumidores. Do ponto de
vista do impacto da estruturação das cadeias de suprimentos para os agricultores
percebe-se que conforme aumenta a exigência dos consumidores
proporcionalmente aumenta a necessidade de coordenação da cadeia, forçando o
desenvolvimento de investimentos específicos, aumentando a dependência mútua.
Isso leva o varejo a adotar uma postura mais colaborativa ao longo da cadeia.