A apropriação das TICs por extensionistas e agricultores familiares: possibilidades para o desenvolvimento rural
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2014-03-27Metadatos
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A relação entre desenvolvimento e comunicação historicamente se desdobrou em
distintas perspectivas, sendo possível analisa-la nos serviços públicos de extensão
rural, já que no Brasil constituíram uma das principais estratégias para consolidação
dos projetos de desenvolvimento. Foi nesse cenário, que os meios de comunicação
assumiram importante papel tanto na difusão de tecnologias e informação para o
campo, como na relação entre agricultores e extensionistas, estes últimos os
agentes de intervenção do Estado, marcando a passagem de um modelo difusor
para dialógico nas práticas da extensão rural. Assim, a problemática desta
investigação considera o avanço das novas mídias (internet e telefone móvel celular)
diante da sua popularização e possibilidade de participação que representam para
os indivíduos no processo comunicacional, num contexto em que emergem novas
políticas públicas no âmbito da extensão rural, da inclusão digital e da agricultura
familiar. E tem como objetivo compreender o significado das novas tecnologias de
informação e comunicação, as TICs, a partir da sua apropriação na relação entre
extensionistas e agricultores no âmbito do desenvolvimento rural. Para tanto, foi
realizada uma pesquisa de campo tendo como principal referencial a teoria da
comunicação de Muniz Sodré (2002) que argumenta que a comunicação na
sociedade midiatizada recobre questões sobre vinculação social e consumo dos
veículos, incidindo assim, em uma nova forma cognitiva de percepção e
interpretação do mundo pelos indivíduos. Estes aspectos foram empregados como
categorias de interpretação e análise dos resultados obtidos na pesquisa de campo
realizada por meio de entrevistas com roteiros semiestruturados e observação do
cotidiano dos cinco extensionistas do escritório municipal da EMATER/RS ASCAR
e de 16 agricultores familiares de São Borja, na Fronteira Oeste do Estado. Diante
da realidade estudada observou-se que o tanto os meios tradicionais de
comunicação, como as TICs estão inseridas nas rotinas destes indivíduos,
representando a expansão das suas relações sociais, a reorganização das suas
práticas e a inserção da mulher no gerenciamento da propriedade familiar. Por fim,
concluiu-se que as TICs na relação entre agricultores familiares e extensionistas
significam novos vínculos, a ampliação do acesso à informação pelos grupos, e,
principalmente o reposicionando de cada um destes atores no âmbito do
desenvolvimento rural, se considerado este como um processo de mudança social
que requer o envolvimento dos agentes em seu contexto.