Morfofisiologia de jundiás sedados ou anestesiados com MS222, óleo essencial de Aloysia triphylla e propofol
Fecha
2016-06-24Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Um dos pilares para a otimização do manejo de peixes cativos é a minimização do estresse, sendo os sedativos e anestésicos ferramentas habitualmente empregadas para obtenção deste objetivo. Entretanto, estes fármacos podem causar alterações que eventualmente se tornam deletérias ao animal se ultrapassarem o limite fisiológico. Neste contexto, o presente trabalho investigou o uso de uma substância de origem natural, o óleo essencial (OE) de Aloysia triphylla, e de dois anestésicos sintéticos, o metanosulfonato de tricaína (MS222) e o propofol, em jundiás (Rhamdia quelen). Os testes incluíram anestesia (OE e MS222), para uso em manipulações intensas ou invasivas, e sedação (propofol), para uso em procedimentos como o transporte. Análises dos efeitos do MS222, o protótipo de anestésico para peixes, e do OE de A. triphylla demonstraram que anestesia com a substância natural apresentou maiores benefícios por evitar a lipoperoxidação e limitar a secreção de cortisol e a perda de íons, apesar de os tempos de indução e recuperação terem sido mais curtos com o anestésico tradicional. O propofol como sedativo por até 12 horas não aumentou a liberação de cortisol e as alterações observadas em índices hematológicos, bioquímicos e hidrominerais foram limitadas. Ainda, a avaliação da morfologia branquial indicou que ionorregulação e ventilação não foram afetadas pelo propofol, enquanto que marcadores de estresse oxidativo evidenciaram a ausência de dano peroxidativo em órgãos vitais, encéfalo e fígado, devido à indução de alguns componentes do sistema de defesa antioxidante, especialmente da enzima superóxido dismutase, na presença do fármaco. Estes resultados indicam que o OE de A. triphylla e o propofol representam alternativas promissoras para uso na piscicultura brasileira, uma vez que anestésicos rotineiramente administrados a peixes em outros países, como o MS222, não estão disponíveis para compra no Brasil. Além disso, o desempenho do MS222 foi inferior àquele do OE, o que demonstra que tempos curtos de indução e recuperação não necessariamente significam menos prejuízo fisiológico. Estudos como os descritos neste trabalho contribuem para a preservação do bem-estar do animal mantido em cativeiro por sugerirem ações possíveis para redução do estresse.