Neuropatologia da cinomose canina
Fecha
2009-03-30Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A cinomose é uma das doenças virais mais prevalentes em cães. Muitos cães são diagnosticados com a doença diariamente em clínicas e hospitais veterinários de todo o país.
A forma neurológica da cinomose é fatal na grande maioria das vezes, e a confirmação do diagnóstico clínico através do exame histopatológico se faz necessária em muitos casos. A
encefalite por cinomose representa a principal causa de morte ou razão para eutanásia de cães necropsiados no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). Com isso, o grande número de casos de cinomose arquivados no LPVUFSM proporcionou a realização de um estudo retrospectivo de 620 casos da forma
neurológica da doença que serviu como base para a realização de um estudo neurohistopatológico prospectivo. O presente estudo tem como objetivo realizar uma investigação
histopatológica detalhada das alterações no sistema nervoso central (SNC) de cães com cinomose para auxiliar estudantes de patologia e patologistas no diagnóstico da doença. Para
isso, foram selecionados 70 casos da forma neurológica da cinomose confirmada pelo achado dos corpúsculos de inclusão característicos no SNC em cães necropsiados no LPV-UFSM.
Para determinar a prevalência das lesões, diversas regiões anatômicas do encéfalo e medula espinhal foram selecionadas e sistematicamente examinadas histologicamente em cada caso. As regiões anatômicas mais afetadas, em ordem decrescente, independentemente do tipo de lesão, foram: cerebelo (91,4%), diencéfalo (78,6%), lobo frontal (75,7%), ponte (72,9%) e mesencéfalo (70,0%). Desmielinização foi a lesão mais prevalente, observada em 91,4% dos casos, localizada principalmente no cerebelo (88,6%), ponte (65,7%) e diencéfalo (61,4%). As cinco estruturas anatômicas mais afetadas pela desmielinização foram: teto do quarto
ventrículo (68,6%), folhas cerebelares (61,4%), substância medular do cerebelo (61,4%), medula espinhal cervical (46,3%) e tegmento mesencefálico (40,0%). A prevalência das
outras lesões foi: encefalite não-supurativa (70,0%), leptomeningite não-supurativa (44,3%), mielite não-supurativa (35,2%), encefalomalacia (31,4%), meningomielite não-supurativa (18,5%), necrose laminar cortical (17,1%), mielomalacia (13,0%), ependimite não-supurativa (7,1%) e plexocoroidite não-supurativa (1,4%). A ocorrência dos corpúsculos de inclusão nas células do SNC foi: astrócitos (82,8%), neurônios (44,3%), gemistócitos (31,4%), células do
epêndima (22,8%), células meningoteliais (4,3%) e células do plexo coróide (1,4%).