Osteossíntese umeral em pombos domésticos (Columba lívia) por xenoenxerto ósseo, conservado em mel tratados ou não com laser arseneto de gálio (AsGa)
Abstract
Com o aumento no atendimento de animais selvagens, em especial as aves, nos deparamos com numerosas enfermidades nesses animais, tendo as fraturas como as lesões mais freqüentes no atendimento clínico-cirúrgico veterinário. O objetivo desse estudo foi de diminuir o período de recuperação das aves após fratura de úmero com o intuito de antecipar a soltura dos mesmos em seu meio ambiente. Para isso, foram utilizados 32 pombos domésticos divididos em dois grupos, formados por 16 animais cada dispostos de forma
aleatória. Os animais de ambos os grupos foram submetidos a osteossíntese de úmero utilizando xenoenxerto preservado em mel de abelha, sendo que o Grupo I (GI) não recebeu
nenhum tratamento adicional, enguanto que o Grupo II (GII) foi submetido à tratamento com radiação laser Arseneto de Gálio (AsGa) durante sete dias de pós-operatório utilizando
dosimetria de 4 J/cm2 pontual. Cada grupo foi subdividido em quatro subgrupos contendo quatro animais cada conforme o período de avaliação (8, 15, 30 e 60 dias). Os animais foram
avaliados clinicamente uma vez ao dia durante todo o período pós-operatório, iniciando pósoperatório imediato. Todas as aves foram avaliadas radiológicamente no pós-operatório
imediato e semanalmente até o período determinado para a avaliação histológica de cada animal. Na avaliação histológica não houve diferença significativa entre os grupos
estudados. Observou-se intensa formação de tecido cartilaginoso aos 8 e 15 dias, sendo que aos 15 dias já se observava a formação de trabéculas ósseas na formação cartilaginosa. Em 30 dias o calo ósseo era constituído por osso trabecular com pouco tecido cartilaginoso, e aos 60 dias este calo apresentava-se consolidado por osso trabecular com pouca atividade celular. No exame radiográfico a formação de calo ósseo só foi observada na avaliação de 30
dias. Clinicamente as aves apresentaram uso funcional do membro, ausência de edema, secreção ou sinais de infecção. No teste de vôo, todos os animais do GII alcançaram vôo até
19 dias de pós-operatório, enquanto que o GI até os 23 dias de pós-operatório. É possível concluir que a utilização de um pino ósseo, intramedular, confeccionado com metatarso
felino conservado em mel, introduzido de forma retrógrada, na osteossíntese umeral em pombos domésticos é altamente viável. E a terapia com radiação laser Arseneto de Gálio
(AsGa) com dosimetria de 4 J/cm2, aplicado em quatro pontos, diminui o tempo para o restabelecimento do vôo.