Diagnóstico histopatológico e imuno-histoquímico de micoses e oomicoses em animais domésticos
Date
2014-03-31Metadata
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Esta tese foi constituída de três partes que resultaram em três artigos científicos. O primeiro artigo foi o mais abrangente, onde todos os casos de micoses e pitiose diagnosticados em animais domésticos, provenientes de necropsias e biópsias entre 1990 e 2012, foram analisados. No período estudado foram revisados 9.487 protocolos de necropsias e 20.199 exames histopatológicos, totalizando 29.686 casos examinados no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (LPV-UFSM). Do total de protocolos analisados, em 230 foram diagnosticadas micoses ou pitiose (oomicose), sendo 179 casos (78%) de micoses e 51 casos (22%) de pitiose. As principais doenças diagnosticadas, em ordem decrescente de prevalência, foram: pitiose, candidíase, aspergilose, zigomicose, dermatofitose, malasseziose, criptococose, megabacteriose e esporotricose. Os equinos foram os mais acometidos pela pitiose e os animais de companhia (cães e gatos) foram os mais acometidos pelas micoses. O segundo artigo enfocou as características histomorfológicas e histoquímicas determinantes no diagnóstico histopatológico da criptococose em cães e gatos. Pela técnica de hematoxilina-eosina (HE) as leveduras eram arredondadas, com célula central contendo um núcleo, circundada por um halo claro (cápsula geralmente não corada). As técnicas histoquímicas do ácido periódico de Schiff (PAS), Grocott e Fontana-Masson (FM) foram utilizadas e evidenciaram a parede das células das leveduras. Pelo FM observou-se a melanina presente nessas células. As técnicas do azul Alciano e da mucicarmina de Mayer evidenciaram principalmente a cápsula polissacarídica das leveduras. O diâmetro das células das leveduras variou de 1,67 a 10,00 μm e o diâmetro total das leveduras encapsuladas variou entre 4,17 e 34,16 μm. Os brotamentos foram melhor visualizados através do PAS e ocorreram em base estreita, de forma única ou múltipla, principalmente em polos opostos das células das leveduras ou formando uma cadeia. O terceiro artigo enfocou um estudo imuno-histoquímico (IHQ) em casos de aspergilose e zigomicose, visando a otimização do uso da técnica de IHQ na detecção de Aspergillus spp. e zigomicetos em tecidos de animais. Utilizaram-se dois anticorpos monoclonais fungo-específicos em fragmentos de tecidos (fixados em formol e embebidos em parafina) com diagnóstico histomorfológico prévio de aspergilose e zigomicose, os quais foram submetidos a três sistemas de detecção diferentes (dois biotinilados e um não biotinilado). Os dois anticorpos apresentaram alta especificidade e sensibilidade nos tecidos examinados. Não ocorreram reações cruzadas entre os anticorpos utilizados e os agentes etiológicos avaliados (incluindo casos de aspergilose, zigomicose, candidíase e pitiose). No entanto, reações inespecíficas foram observadas nas hifas em alguns casos, porém foram eliminadas através de um dos sistemas de detecção utilizados. A técnica de IHQ mostrou-se uma ferramenta muito útil na detecção e confirmação dos casos de aspergilose e zigomicose neste estudo retrospectivo.