Impressão termográfica na detecção de claudicação em cães
Resumo
Termografia é uma técnica não invasiva de diagnósticos por imagem, que registra padrões térmicos gerados pela emissão infravermelha de calor da superfície corporal baseado na perfusão cutânea local. Estes padrões térmicos são convertidos e visualizados em um mapa de cores. Em equinos, desde os anos 60 têm sido utilizada para a detecção de várias lesões ortopédicas e, nos últimos anos, estudos em cães têm sido publicados. A locomoção é o processo pelo qual o animal se move de uma posição geográfica para outra. O estudo da locomoção é essencial para estabelecer métodos de tratamento de desordens do aparato locomotor. Exame da marcha representa o primeiro passo para o diagnóstico na avaliação de um paciente com claudicação. O objetivo deste estudo foi estabelecer o padrão da impressão termográfica da pegada de cães com claudicação comparada a cães saudáveis. Verificou-se também se há diferenças na temperatura da pegada de membro claudicante versus membro normal de cão normal e membro que suporta o peso de cão claudicante versus membro normal de cão normal. Foram utilizados 14 cães com claudicação unilateral do membro pélvico devido à ruptura do ligamento cruzado cranial (membro claudicante versus membro que suporta o peso) e 14 cães saudáveis (membro direito versus membro esquerdo). As imagens termográficas das pegadas foram feitas após o cão permanecer em posição ortostática sobre tapete de espuma durante 30 segundos. Foram analisados padrões térmicos de imagens e médias de temperatura. Análise da marcha foi realizada em plataforma de força na mesma posição para medir o pico de força vertical (PFV). Calculou-se média, desvio padrão, porcentagem da média e índice de assimetria para esta variável da marcha. Não houve diferença significativa na temperatura da pegada entre os grupos. Análises do padrão térmico das imagens mostraram sucesso de 80 % na diferenciação do membro claudicante contra o membro que suporta o peso (grupo anormal) e de 100% na identificação do mesmo padrão térmico entre o membro direito em relação ao esquerdo (grupo normal). A média do PFV mostrou 10,0% de diferença nos cães normais e 72,4% nos cães anormais. Análise de índice de assimetria mostrou 5% no grupo normal e 36,2% no grupo anormal. Conclui-se que a impressão termográfica da pegada pode ser utilizada com sucesso como ferramenta complementar para a detecção de claudicação dos membros pélvicos em cães.