Densidade de estocagem, níveis protéicos e lipídicos da dieta na produção e aceitabilidade do filé de jundiá
Abstract
Este trabalho foi conduzido para avaliar o crescimento, perfil lipídico,
metabolismo e aceitabilidade dos filés de jundiás. Para isso foram conduzidos quatro
experimentos delineados inteiramente ao acaso, onde jundiás de mesma origem
genética foram criados em sistemas com recirculação de água. No primeiro, foram
avaliados quatro densidades de estocagem (4,2, 6,4, 8,6 e 10,8 kg/m3) em jundiás
de ambos os sexos. Utilizou-se um total de 420 peixes (Pi=182,95 ± 2,96 g), que
foram alimentados durante 120 dias até a saciedade aparente. Verificou-se
diminuição no peso dos peixes com o aumento da densidade utilizada, com
elevação do cortisol plasmático. No segundo experimento, testou-se a influência do
sexo e do nível de proteína dietário. Em arranjo fatorial 2 X 3 (dois sexos e três
níveis protéicos: 24, 27 e 30% de PB), 270 peixes (Pi=207,02 ± 26,73 g) foram
alimentados controladamente durante 100 dias. As fêmeas apresentaram
crescimento superior, com exigência protéica menor (24% PB) que os machos (30%
PB), os quais apresentaram maior rendimento de filé. O aumento da proteína da
dieta proporcionou melhora no perfil lipídico dos filés. Foram conduzidos mais dois
experimentos separadamente avaliando a utilização do óleo de soja na dieta (0, 2, 4,
6, 8 e 10% de inclusão, alimentação até a saciedade). Os machos (234, Pi=193,32 ±
18,78 g 120 dias de experimento) alimentados com 8% de óleo apresentaram
melhor desempenho. As fêmeas (144, Pi=237,75 ± 22,35 g 80 dias de
experimento) alimentadas com 10% de óleo obtiveram maior peso final. O consumo
aparente de alimento foi maior nos machos. A maior inclusão de óleo de soja nas
dietas proporcionou diminuição na quantidade de ácidos graxos saturados e
aumento de poliinsaturados (PUFAS) nos filés dos jundiás. Não foram detectadas
diferenças pelo painel de provadores no sabor, textura e aparência dos filés de
jundiás de ambos os sexos.